Harry Kane, capitão do time da Inglaterra, planejava entrar em campo com uma braçadeira com as cores do arco-íris, em apoio à causa LGBTQIA+, no primeiro jogo de sua seleção na Copa do Mundo do Catar. Mas, após ameaças de punições da Fifa, o jogador teve que voltar atrás. Sem deixar o posicionamento político de lado, ele então utilizou com uma faixa da campanha 'Sem Discriminação', da Fifa, na partida contra o Irã, nesta segunda-feira, 21.
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O Catar proíbe relações homossexuais, com penas que podem chegar à morte. O país vem recebendo inúmeras críticas envolvendo direitos humanos e uso de trabalhadores imigrantes nas construções dos estádios.
As federações da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça assinaram um documento em que se comprometiam a utilizar a braçadeira em apoio à causa LGBTQIA+ no Mundial. A França, a outra seleção europeia na Copa, também havia indicado que participaria do protesto. A seleção inglesa seria a primeira a utilizar a braçadeira, no braço de Harry Kane.
Posicionamento e proibições
As seleções europeias voltaram atrás sobre o uso das braçadeiras em apoio à comunidade LGBT+, nas cores do arco-íris. A decisão foi tomada após a Fifa ameaçar punir os capitães com cartão amarelo. O comunicado, assinado por sete equipes da Copa do Mundo, mostra indignação com a decisão imposta pela entidade como forma de punição e deixa claro que serão usados outros métodos em tentativas de defender a causa.
"A Fifa tem deixado muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo", afirmaram as seleções, em comunicado.
As federações já haviam declarado que assumiriam as eventuais multas aplicadas pela Fifa. No entanto, a situação mudou quando a entidade passou a ameaçar punições esportivas, dentro de campo.
"Estávamos preparados para pagar multas que normalmente se aplicariam a violações dos regulamentos do kit e tínhamos um forte compromisso de usar a braçadeira. No entanto, não podemos colocar nossos jogadores na situação em que possam receber um cartão amarelo ou até mesmo serem forçados a deixar o campo de jogo", explicam as seleções.
"Estamos muito frustrados com a decisão da Fifa, que acreditamos ser sem precedentes - escrevemos à Fifa em setembro informando sobre nosso desejo de usar a braçadeira 'One Love' para apoiar ativamente a inclusão no futebol, e não tivemos resposta. Nossos jogadores e treinadores estão desapontados - eles são fortes defensores da inclusão e mostrarão apoio de outras maneiras", completa o comunicado.
'Sem Discriminação'
Apesar de ameaçar punir os jogadores que entrassem em campo com a braçadeira, a Fifa revelou que planejava a utilização da faixa para todas as equipes nas quartas de final. A entidade resolveu antecipar a ocasião, mas não definiu uma data para botar tal ato em prática. Ou seja, a situação segue indefinida e vetada pela entidade.
"Após discussões, a Fifa pode confirmar que sua campanha 'Sem Discriminação' foi antecipada da fase planejada, nas quartas de final, para que todos os 32 capitães tenham a oportunidade de usar esta braçadeira durante a Copa do Mundo. Isso está de acordo com o Artigo 13.8.1 do Regulamento de Equipamentos da Fifa, que afirma: 'Para as Competições Finais da Fifa, o capitão de cada equipe deve usar a braçadeira de capitão fornecida pela Fifa'", cita a entidade.
A Fifa deixa claro no regulamento que nenhum item do uniforme deve conter mensagens comerciais, políticas e religiosas.
*Com informações do Estadão Conteúdo