O tão esperado dia chegou! É simplesmente impossível não se arrepiar com o pontapé inicial de uma Copa do Mundo. Como já era esperado, um espetáculo aconteceu no estádio Al Bayt, com referências requintadas sobre a tradição do país, abordagens necessárias sobre o incentivo à diversidade com o ator norte americano Morgan Freeman e o influencer catari Ghanim Al Muftah, resgate aos grandes temas musicais do Mundial e até a exploração do simbólico camelo, primeiro animal vivo a participar do evento. Eu adorei esse último elemento em específico. Um diferencial ‘inesperado’ na representação da cultura do Catar.
Se na cerimônia tudo foi feito com precisão e encanto, no campo de jogo a história foi outra. Disputando o torneio mais importante do futebol pela primeira vez, a seleção catariana não teve sucesso com os seus destaques e entrou para a história como a única anfitriã a ser derrotada na estreia de todas as Copas. Climão, né?
O pilar defensivo Karim Boudiaf, que atua como volante e também zagueiro, a referência Hassan Al-Haidos (jogador com mais partidas pela seleção e eleito pela mídia como o nome do Catar) e a grande aposta Akram Afif, que, na verdade, já é uma realidade no país, sentiram o nervosismo e pouco fizeram durante os 90 minutos inicias do campeonato - assim como o coletivo.
Ótimo para o Equador, que venceu os donos da casa com dois gols do capitão experiente Enner Valencia, agora com 5 tentos somados em suas três participações na competição. E sejamos sinceros: não houve ninguém que chegasse próximo de ameaçar o protagonismo do atual jogador do Fenerbahçe neste domingo. Ele soma 41 gols em 90 jogos na Turquia. Por muito pouco a narrativa não ficou ainda mais expressiva, já que o equatoriano teve um gol anulado no comecinho do primeiro tempo, o que o impediu de comemorar um hat-trick memorável.
Para mim, a única surpresa deste primeiro confronto foi o Catar ter mostrado pouco do seu futebol. Ou o que vimos é tudo que a equipe do técnico espanhol Félix Sánchez Bas pode oferecer? Veremos na segunda partida do time, diante de Senegal - sem o craque Sadio Mané, vale lembrar -, na próxima sexta-feira, 25.
Particularmente, já apostava minhas fichas na qualidade do futebol sulamericano e, inclusive, acho que o Equador pode garantir a classificação no Grupo A, já que, de novo, Senegal chega sem seu protagonista e a Holanda que, mesmo podendo surpreender, há tempos não apresenta o futebol que fez história no passado.