O dia de Copa do Mundo foi tão sinistro que não sei nem por onde começar minhas pontuações. Na verdade, começo falando sobre o assunto desta terça-feira, 21, já bastante repercutido e com razão: derrota da Argentina para a Arábia Saudita… 2 a 1, de virada, e sem o protagonismo esperado do ex-melhor jogador do planeta Lionel Messi, principalmente na segunda etapa, diante de um adversário que deixou tudo o que pôde em campo para sair com a vitória. Só o Cartolouco para apostar - e faturar - com esse resultado mega improvável.
Já imaginou perder uma invencibilidade construída desde 2019, somando 36 jogos, para o azarão do seu grupo? É verdade que os hermanos tiveram três gols anulados por posição irregular, evitando uma goleada até esperada. Ainda assim, deixaram a desejar em muitos aspectos e não conseguiram dominar a partida. Longe disso, inclusive!
O capitão Lionel Messi, em sua quinta edição de Copa do Mundo e o argentino com mais participações na competição, usou palavras duras para descrever a estreia na busca pelo título inédito na carreira. "Estamos mortos" e "Golpe duro" resumem o baque sentido por ele e seus companheiros. Fato é que não existe tempo para lamentações, uma vez que o time de Lionel Scaloni enfrenta o México no próximo sábado, 26, e precisa ganhar para seguir no Mundial - combinações de resultados podem tirar a seleção dessa condição, claro, mas prefiro sugerir que a classificação virá por méritos próprios de um dos plantéis justamente considerados favoritos.
É justo valorizar, no entanto, a atuação da Arábia Saudita, que mostrou muita solidez coletiva, entrega em campo e eficiência em apostar na marcação alta para atrapalhar a vida de seus oponentes. Mérito de todo um trabalho coletivo! O triunfo histórico aconteceu com gols de Al-Shehri e Salem Al-Dawsari, este último eleito o craque do confronto, acertando uma finalização absurda ao melhor estilo do camisa 10!
A emoção do primeiro duelo foi neutralizada pelos jogos seguintes, já que Dinamarca e Tunísia e México e Polônia emplacaram os primeiros 0 a 0 do torneio. Os dinamarqueses decepcionaram frente aos africanos, que por sua vez se destacaram com boa marcação e muita intensidade! Pelo retrospecto significativo na própria Eurocopa 2020, os dinamarqueses deixaram a desejar, não tendo nem em nomes importantes como Christian Eriksen, do Manchester United, um lampejo de superioridade.
Já em México x Polônia, mais uma vez brilhou a estrela do goleiro mexicano Guillermo Ochoa, que disputa sua quinta Copa do Mundo, e na tarde de hoje defendeu uma penalidade cobrada ‘apenas’ pelo também ex-melhor jogador do mundo Robert Lewandowski. É inacreditável que o polonês do Bayern de Munique ainda não tenha balançado as redes em nenhuma oportunidade em Copas. O resultado deixou o Grupo C ainda mais surpreende, com a Arábia Saudita na primeira colocação.
E, para fechar o dia de zebras, tivemos a partida entre França e Austrália, que logo no comecinho também apontava mais um resultado improvável, com gol marcado pelo australiano Craig Goodwin. No entanto, a atual campeã tratou logo de mostrar o motivo de ser uma das favoritas e virou o confronto com tento do volante Rabiot, seguido por Mbappé e Olivier Giroud, duas vezes. O camisa 9 chegou à marca de 51 gols pela seleção francesa e igualou a marca do também artilheiro lendário Thierry Henry.
O triunfo francês, que pôs fim ao amargo retrospecto de tropeços em estreias de Copa do Mundo, mostrou, sobretudo, que o coletivo é muito forte e briga pelo bicampeonato seguido independente de seus desfalques. Vale lembrar que o time comandado por Didier Deschamps chegou ao Catar sem poder contar com Mike Maignan, Kimpembe, Fofana, Kamara, Pogba, Kanté, Nkunku e Benzema, lesionados.