Muito já se falou sobre as "polêmicas" dancinhas feitas por Vini Jr, Neymar e companhia na goleada do Brasil sobre a Coreia do Sul, válida pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Vi vários conteúdos debatendo esse assunto e pensei bastante sobre como algo tão simbólico e inofensivo para a gente pode ter causado tanta repercussão na mídia mundial.
É claro que a dança está no nosso DNA e é parte muito forte da nossa cultura, ponto que talvez seja realmente difícil para pessoas de outras nacionalidades entenderem. Mas, ainda assim, me pergunto o que se esperava de uma comemoração brasileira em um momento social predominantemente influenciado pelas redes sociais e pelo sucesso de inúmeros hits nas plataformas digitais. Será que o tão falado Roy Keane, ex-jogador do Manchester United, não tem perfil em nenhuma delas?
Eu mesma uso do artifício na minha conta do Instagram, por exemplo, como forma de "esquentar" para os confrontos da Copa, mandar energias positivas para a nossa seleção e causar um impacto positivo em outros torcedores -- o que sempre funciona e jamais foi tratado como desrespeito ou soberba. É apenas a nossa forma de torcer, vibrar e espantar o nervosismo, como feito pelo plantel pentacampeão de Ronaldo no fundo do ônibus em 2002.
E digo mais: acho excelente que os comandados de Tite estejam nesse nível de entrosamento, aspecto que destaquei em uma das minhas primeiras colunas aqui no Terra. Saber que os jogadores "trocam" coreografias e combinam qual farão primeiro após meter a bola na rede adversária é, para mim, a confirmação do ritmo do hexa, uma conquista que esperamos há 20 anos e que também se molda no atual momento que vivemos como sociedade.
Que bom que o atacante Raphinha afirmou que já existem mais de 10 delas planejadas; afinal, eu quero continuar experienciando essa alegria, num momento que é o ápice do futebol do meu país, e continuar influenciando as mais de 140 mil pessoas que me seguem com esse ritual que não é nada além de quem somos.