Por que as dancinhas do Brasil repercutem na mídia mundial?

A quem desrespeita comemorar o ápice do futebol, que é o gol, em uma Copa do Mundo?

7 dez 2022 - 20h22
(atualizado às 20h25)
Jogadores da Seleção comemoram gol com dancinha na Copa
Jogadores da Seleção comemoram gol com dancinha na Copa
Foto: Reuters

Muito já se falou sobre as "polêmicas" dancinhas feitas por Vini Jr, Neymar e companhia na goleada do Brasil sobre a Coreia do Sul, válida pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Vi vários conteúdos debatendo esse assunto e pensei bastante sobre como algo tão simbólico e inofensivo para a gente pode ter causado tanta repercussão na mídia mundial. 

É claro que a dança está no nosso DNA e é parte muito forte da nossa cultura, ponto que talvez seja realmente difícil para pessoas de outras nacionalidades entenderem. Mas, ainda assim, me pergunto o que se esperava de uma comemoração brasileira em um momento social predominantemente influenciado pelas redes sociais e pelo sucesso de inúmeros hits nas plataformas digitais. Será que o tão falado Roy Keane, ex-jogador do Manchester United, não tem perfil em nenhuma delas?

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Eu mesma uso do artifício na minha conta do Instagram, por exemplo, como forma de "esquentar" para os confrontos da Copa, mandar energias positivas para a nossa seleção e causar um impacto positivo em outros torcedores -- o que sempre funciona e jamais foi tratado como desrespeito ou soberba. É apenas a nossa forma de torcer, vibrar e espantar o nervosismo, como feito pelo plantel pentacampeão de Ronaldo no fundo do ônibus em 2002. 

E digo mais: acho excelente que os comandados de Tite estejam nesse nível de entrosamento, aspecto que destaquei em uma das minhas primeiras colunas aqui no Terra. Saber que os jogadores "trocam" coreografias e combinam qual farão primeiro após meter a bola na rede adversária é, para mim, a confirmação do ritmo do hexa, uma conquista que esperamos há 20 anos e que também se molda no atual momento que vivemos como sociedade.

Que bom que o atacante Raphinha afirmou que já existem mais de 10 delas planejadas; afinal, eu quero continuar experienciando essa alegria, num momento que é o ápice do futebol do meu país, e continuar influenciando as mais de 140 mil pessoas que me seguem com esse ritual que não é nada além de quem somos. 

Fonte: Marília Galvão Marília Galvão é formada em jornalismo pela PUC-SP, com passagens na Record TV, Espn e Federação Paulista de Futebol. Atualmente é apresentadora do canal Desimpedidos, no Youtube. Apaixonada por futebol desde criança, é corinthiana e busca sempre trabalhar com leveza em seus conteúdos.
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