A polêmica Messi x Maradona ganhou mais força após a classificação da Argentina à final da Copa do Mundo de 2022. Afinal, caso o troféu vá para as mãos dos hermanos, cai por terra o argumento muito bem sustentado por inúmeros torcedores de que o atual camisa 10 só não é maior que a lenda Maradona justamente por ainda não ter conquistado o título para o seu país.
Essa é realmente uma discussão bastante interessante e, ao mesmo tempo, ampla. Diego Maradona não foi só um jogador de futebol excepcional e vencedor; até hoje, é considerado um grande personagem ARGENTINO. A identificação com a sua pátria, além de todo o talento nas quatro linhas, o tornou um ícone. São raras as Copas em que destacamos uma atuação individual tão brilhante como a dele em 86 - Garrincha em 62 e Ronaldo em 2002.
Maradona não apenas nasceu na Argentina, mas viveu a Argentina. De uma forma oposta a Lionel Messi, que saiu cedo do seu país para a Espanha e, por lá, fez toda a história que já conhecemos. E que belíssima história.
Tá bom, mas tudo isso a gente já sabe...e aí? Quem é maior? Na minha opinião, maior é aquele que, de alguma maneira, muda a forma com que o seu torcedor assiste ao jogo. Que coloca tanta paixão na ponta dos pés a ponto de fazer a torcida pensar que nada será igual depois, tão prazeroso… que aquela sensação é única e só aquele jogador poderia despertar tal frenesi.
Messi tem a capacidade, mais do que qualquer outro nome no mundo, de despertar sentimentos únicos, de executar passes perfeitos, de pensar em dribles geniais, mas quando o assunto é o tal frenesi, ambos compartilham esse posto.
A fase em que Messi chega mais perto nesta comparação é exatamente quando ele se torna mais argentino, mais catimbeiro, mais apaixonado pela camisa celeste, mais Maradona! Se para ganhar a copa, algo muito perto de acontecer, o atual gênio precisou encontrar sua versão mais “Maradoneada”, como se comentou na mídia, talvez isso mostre o quanto Diego foi grande. E também o quanto Messi quer ser.
De toda forma, mesmo não tendo visto Maradona desfilar seu futebol, fico feliz por ter o privilégio de acompanhar e viver na era de um argentino tão craque e tão grande a ponto de causar discussões dessa magnitude.