Argentina e Polônia imaginavam chegar à última rodada do Grupo C classificadas e disputando a primeira colocação da chave. O duelo desta quarta-feira, às 16 horas, no Estádio 974, em Doha, até deve definir quem passará no topo da chave, mas uma das seleções pode acabar eliminada mesmo dividindo primeira e segunda colocação. Para não precisar fazer contas ou correr riscos, as seleções prometem ser ousadas e apostam suas fichas nos astros Messi e Lewandowski, que evitam uma aposentadoria precoce dos Mundiais.
A estrela da seleção argentina anotou nos dois primeiros jogos e mais uma vez estará nos holofotes. Já livre das dores musculares, Messi aparecerá novamente como um segundo atacante, ao lado de Lautaro Martínez. "El Diez" já anunciou que se despede das Copas no Catar e, aos 35 anos, sonha com adeus com o inédito troféu e o tricampeonato do país. Desta maneira, só a vitória interessa.
Apesar de o time ter se portado bem diante dos mexicanos, contudo, o técnico Lionel Scaloni está em dúvidas sobre quem escalar. Necessitando de nova vitória para não correr riscos, ele ensaia mudanças para armar o time "de acordo com o adversário."
O treinador estuda mexidas na lateral direita, para evitar que a Polônia tenha facilidade nos cruzamentos para Lewandowski. Molina corre o risco de perder vaga para Montiel ou Foyth, testados no último treinamento. Também pode escalar Enzo Fernandez no meio para aumentar a força na marcação.
Nada, porém, de abdicar de propor o jogo, garante Scaloni, que deixará Messi livre para transitar entre meio e ataque. "No jogo com o México, terminamos defendendo com uma linha de cinco, mas começamos como de costume (investindo na postura ofensiva). Será assim contra a Polônia, como temos jogado. Temos de tomar precauções, mas vamos manter a mesma linha de atuação."
Após ganhar a posição de titular que era de Romero, o zagueiro Lisandro Martínez admitiu que a Argentina pode melhorar "ainda mais" e não escondeu a preocupação com Lewandowski. "A Polônia é um adversário muito duro, sólido defensivamente e tem jogadores importantes como o Lewandowski. Ele é um atacante que sempre está em condições de marcar um gol. Temos que estar confiantes no que temos feito", afirmou, apostando na força defensiva apresentada nos 2 a 0 contra o México para passar de fase.
Para avançar, a Argentina precisa da vitória. Em caso de empate, terá de apelar à calculadora. A Arábia Saudita teria de somente empatar ou perder para o México, que não poderá ganhar por mais de dois gols de diferença.
A Polônia necessita de um empate, mas sabe que adotar postura defensiva diante de uma forte seleção pode custar caro. Ciente disso, o técnico Czeslaw Michniewicz afirma que está armando sua seleção não apenas para neutralizar os pontos fortes dos hermanos, como também quer surpreender na frente.
"Quem entra em um jogo desses pensando somente em se defender, pode se dar mal", enfatizou o treinador na coletiva pré-jogo. "E mesmo que Messi e Lewandowski sejam muito bons, o que definirá este jogo será o trabalho de equipe. Futebol é um esporte coletivo. O importante é que estejamos bem concentrados e joguemos bem."
Lewandowski desperdiçou um pênalti no empate sem gols da estreia, diante do México, mas foi "o cara" diante da Arábia Saudita, com o tão buscado primeiro gol, assistência e até bola na trave. Mais leve após desencantar, tenta recolocar a Polônia novamente nas oitavas de final de uma Copa, algo que não ocorre desde 1986.
FICHA TÉCNICA
POLÔNIA X ARGENTINA
POLÔNIA - Szczesny; Cash, Glik, Kiwior e Bereszynski; Frankowski, Bielik, Krychowiak e Zielinski; Milik e Lewandowski. Técnico: Czeslaw Michniewicz.
ARGENTINA - Martínez; Molina (Montiel ou Foyth), Otamendi, Lisandro Martínez e Acuña; De Paul, Enzo Fernández (Guido Rodríguez) e Mac Allister; Di María, Lautaro Martínez e Messi. Técnico: Lionel Scaloni.
ÁRBITRO - Danny Makkelie (Holanda).
HORÁRIO - 16h.
LOCAL - Estádio 974, em Doha.