Harry Kane, da Inglaterra, não entrou em campo com a braçadeira 'One Love', em apoio à causa LGBTQIA+, no jogo contra o Irã desta segunda-feira, 21, mas o protesto não ficou de fora desta partida da Copa do Mundo. A repórter Alex Scott entrou em transmissão ao vivo com a faixa no braço.
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Alex Scott é comentarista e ex-jogadora da seleção da Inglaterra de futebol feminino. Ela apareceu utilizando a faixa nas cores do arco-íris durante a transmissão do pré-jogo, em transmissão da BBC Sport, direto do estádio no Catar.
O país proíbe relações homossexuais, que são encaradas como crime cuja punição pode chegar à pena de morte. Manifestações pela causa LGBTQIA+ também são proibidas. Por causa de posicionamentos preconceituosos do tipo, a escolha do país como sede da Copa do Mundo segue alvo de críticas internacionais, por desrespeito aos direitos humanos e às liberdades individuais.
Nas redes sociais, internautas celebram ato político da repórter:
🏴 Harry Kane entrou SEM a braçadeira da campanha "OneLove", depois de proibição da FIFA.
Mas uma repórter da BBC colocou mesmo e não quis saber 👊 pic.twitter.com/LRiPzyRsVK
— Euro Fut no 𝕄𝕆𝔻𝕆 ℂ𝕆ℙ𝔸 (@EuroFute) November 21, 2022
Harry Kane se acovarda após proibição da FIFA e não entra com a braçadeira "one love", em apoio as pautas LGBTs.
jogadores da Inglaterra ajoelham antes da partida, gesto tbm proibido.
a coragem ficou cas minas, como sempre: Alex Scott, ex-jogadora e agora repórter, usou 🏳️🌈 pic.twitter.com/t7EDVNBP9h
— caê vasconcelos 🏳️⚧️ (@caevasconcelos) November 21, 2022
Depois da decisão das seleções de abandonarem o uso da braçadeira em apoio a comunidade LGBTQIA+, a ex jogadora da seleção inglesa e repórter da BBC, Alex Scott, meteu a braçadeira nela mesma de dentro do estádio onde jogam agora Inglaterra e Irã pela Copa do Mundo do Catar. pic.twitter.com/ulQ83rXQAI
— William De Lucca (@delucca) November 21, 2022
Entenda o caso
As federações da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça assinaram um documento se comprometendo a utilizar a braçadeira em apoio à causa LGBTQIA+ no Mundial. A França, a outra seleção europeia na Copa, também havia indicado que participaria do protesto.
Mas as seleções europeias voltaram atrás sobre o uso das braçadeiras após a Fifa ameaçar punir os capitães com cartão amarelo. O comunicado, assinado por sete equipes da Copa do Mundo, mostra indignação com a decisão imposta pela entidade como forma de punição e deixa claro que serão usados outros métodos em tentativas de defender a causa.
"A Fifa tem deixado muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo", afirmaram as seleções, em comunicado.
As federações já haviam declarado que assumiriam as eventuais multas aplicadas pela Fifa. No entanto, a situação mudou quando a entidade passou a ameaçar punições esportivas, dentro de campo.
"Estamos muito frustrados com a decisão da Fifa, que acreditamos ser sem precedentes - escrevemos à Fifa em setembro informando sobre nosso desejo de usar a braçadeira 'One Love' para apoiar ativamente a inclusão no futebol, e não tivemos resposta. Nossos jogadores e treinadores estão desapontados - eles são fortes defensores da inclusão e mostrarão apoio de outras maneiras", completa o comunicado.
A seleção inglesa seria a primeira a utilizar a braçadeira, no braço de Harry Kane. Sem deixar o posicionamento político de lado, o capitão do time utilizou uma faixa da campanha 'Sem Discriminação', da Fifa, na partida contra o Irã.
*Com informações de Estadão Conteúdo