Se o Brasil vive uma nova onda de Covid-19, a doença é praticamente ignorada na Copa do Mundo do Catar. O país deixou de exigir teste e comprovante de vacinação para imigrantes que chegam para acompanhar o torneio. O uso de máscara também não é mais obrigatório nem no transporte público. Nas ruas, são raras as pessoas que ainda fazem o uso do recurso para se proteger. Apenas os voluntários da Fifa nos estádios seguem com a proteção no rosto.
Nos últimos dias, alguns atletas da Seleção Brasileira reclamaram de sintomas gripais. O atacante Antony foi quem apresentou o quadro mais crítico. Com dor de garganta e tosse, ele perdeu dois treinamentos. “Acho que foi por causa do ar-condicionado, já desliguei, estou melhor. Ainda não estou 100%, mas já estou 99%. Outros jogadores também tiveram sintomas, mas eu fui o que fiquei pior”, contou o jogador do Manchester United em conversa com a imprensa após a vitória contra a Suíça. Ele apresenta um pouco rouquidão e ainda está tomando medicamentos.
O meia-atacante Lucas Paquetá também chegou a ser desfalque de uma atividade da equipe comandada por Tite. O jogador foi substituído no intervalo, mas o técnico garantiu que foi apenas por opção técnica e que o jogador está 100%.
O último atleta que apresentou sintomas gripais foi Neymar. Durante papo com jornalistas, Vini Jr. acabou revelando que o camisa 10 não acompanhou o grupo até o Estádio 974 porque apresentou quadro febril. Durante a partida, o craque do PSG postou uma foto em que aparecia vendo a partida pela televisão enquanto fazia tratamento de fisioterapia para se recuperar da entorse no tornozelo direito.
A Fifa não exige teste de Covid-19 no protocolo no Mundial. Com o clima seco, as temperaturas no Catar estão em torno de 30ºC, mesmo com o outono no país. A potência do ar-condicionado local é algo que realmente chama a atenção. Nos estádios, por exemplo, é muito comum ver pessoas com blusas de frio. Essa diferença térmica é algo que pode ser prejudicial à saúde. Vários jornalistas também já relataram dor de garganta e tosse desde que chegaram ao torneio.
Segundo dados da Johns Hopkins University, o Catar registrou 268 casos da doença na última semana. O pequeno país do golfo, com menos de 3 milhões de habitantes, teve apenas uma morte na última semana, registrada no dia 25 deste mês. Em números totais, o país teve 478 mil de covid e 685 mortes.
O único caso conhecido da doença que acometeu um brasileiro no Catar foi de Ronaldo Fenômeno. O ex-atacante anunciou no dia da estreia da Seleção que tinha testado positivo e ficaria cinco dias isolados no hotel. No entanto, ele já marcou presença contra a Suíça e chegou a se encontrar com Rodrygo após a partida.
Coordenador da seleção brasileira, Juninho Paulista afirmou em coletiva na manhã desta terça-feira, 29, que a Seleção segue "tranquila" com relação aos sintomas de gripe no elenco: "Não passaram nem perto de fazer teste".
O Terra tenta contato com a CBF para repercurtir o assunto. Logo que houver resposta, esta reportagem será atualizada.