Quando o sorteio colocou Irã e Estados Unidos no mesmo grupo na Copa do Mundo do Catar ficou claro que a partida seria muito mais do que um jogo de futebol. Os dois países tem um longo histórico de tensão diplomática. Eles romperam relações em 1979 após a Revolução Islâmica. Nesta terça-feira, 29, eles disputam uma vaga para as oitavas de final.
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Antes do duelo, a federação de futebol dos Estados Unidos colocou lenha na fogueira ao publicar uma foto da bandeira do rival modificada. Oficialmente, a justificativa foi de um ato de "solidariedade as mulheres do Irã". O país enfrenta uma série de protestos após a suposta morte de uma jovem por não respeitar o código de vestimas das mulheres islâmicas.
A federação iranina não gostou da atitude do rival e fez um reclamação formal à Fifa. A postagem, posteriormente, foi apagada.
Durante todas as partidas do Catar, torcida e jogadores do Irã aproveitaram a oportunidade para protestar pelos direitos das mulheres. Na estreia, os atletas se recusaram a cantar o hino do país. Nas arquibancadas, mulheres pintaram o rosto em sinal de protesto. O cenário não foi diferente no estádio Al Thumama, palco da partida decisiva contra os Estados Unidos, camisas de apoio pedindo liberdade para as mulheres.
Apesar do histórico de tensão, clima de paz entre as duas torcidas que voltam a se encontrar em Mundiais após 24 anos. Em 1998, o Irã levou a melhor e venceu por 2 a 1. Nesta terça, os iranianos fizeram um barulho ensurdecedor com dezenas de buzinas.