Torcedor em campo, Richarlison é quem mais sente a eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo

Atacante afirma que 'vontade, sinceramente, é de não aparecer nunca mais' após queda nas quartas de final

10 dez 2022 - 05h10
(atualizado às 07h46)
Richarlison, camisa 9 da Seleção Brasileira
Richarlison, camisa 9 da Seleção Brasileira
Foto: MARCELO MACHADO DE MELO/FOTOARENA / Estadão

ENVIADO ESPECIAL A DOHA - Neymar desabou no gramado em lágrimas. Antony sentou perplexo no campo. Rodrygo teve de ser consolado por Modric após perder sua cobrança de pênalti. Mas o que mais sentiu a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar foi Richarlison.

Richarlison gosta de dizer que é jogador, mas também um "torcedor em campo". Ficou provado que sente amor pela seleção brasileira depois do fim do sonho do hexa no Catar. A eliminação para a Croácia nas quartas de final fez o atacante soluçar de chorar. Ele foi dos 26 atletas o que mais sentiu a derrota nos pênaltis para os croatas.

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O camisa 9 surgiu na zona mista com os olhos vermelhos. Tentava a todo momento segurar as lágrimas que já haviam caído. Olhava para baixo, para o lado, sem saber o que dizer.

"Minha vontade, sinceramente, é de não aparecer nunca mais. Sou jogador, mas um torcedor dentro de campo", resumiu, choroso. "Não sei nem o que falar direito. Parece que não dá nem para acreditar".

O atacante do Tottenham falou que queria se confortar com a família. Em especial, abraçar o pai, Antônio Marcos de Andrade, que viu das arquibancadas o filho passar em branco diante dos croatas e o Brasil sucumbir nos pênaltis após empate por 1 a 1 na prorrogação.

Vestir a camisa 9 da seleção significa muito para o capixaba natural de Nova Nevécia. Ele realiza o sonho do pai, que tentou sem sucesso ser jogador de futebol.

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"É difícil. A taça não veio. A gente criou uma expectativa muito grande. Infelizmente falhamos. Não tem muito o que falar", disse o "Pombo". Não o consola, mas ao menos pode dizer que foi o artilheiro da seleção brasileira no Mundial do Catar. Marcou três gols, dois na estreia e um nas oitavas.

O atacante também se chateia pelo fim do ciclo de alguns colegas. Thiago Silva, 38 anos, e Daniel Alves, 39, não jogarão mais pela seleção. Neymar, 30, deixou a decisão em aberto. "Tem muitos que não vão voltar mais. É difícil de engolir uma derrota dessa. A gente tem uma vida pela frente. É chorar agora, mas levantar a cabeça depois".

O atleta de 25 anos disse que foi a derrota mais sentida da carreira pela contexto do jogo e porque o Brasil "tinha elenco para ser campeão".

"Isso é o que dói mais. O futebol às vezes é injusto com a gente", lamentou. "Infelizmente levamos um gol no final e eles foram melhores nos pênaltis"."

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