A explosão de felicidade pela vitória da Argentina, que conquistou o título da Copa do Mundo de 2022, trouxe à tona o lado torcedor de narradores e comentaristas das rádios e TVs argentinas.
Na mídia argentina, que estava ao vivo no momento da disputa — que acabou nos pênaltis — teve de tudo um pouco: choro, palavrão, referências a Diego Maradona e orgulho imenso pela atuação argentina e de Lionel Messi. O compilado de reações foi feito pelo colunista Tales Torraga, do UOL Esporte.
O técnico César Luis Menotti, campeão da Copa de 1978, disse no canal de TV C5N que a Argentina "jogou como manda a história".
Na Rádio D Sports, o delírio vivido pelo locutor Sebastián Vignolo era sobre um termo muito comum para nossos hermanos: "Estamos brindando a vitória do futebol champanhe", cravou, ainda no fim do primeiro tempo, quando o técnico francês, Didier Deschamps, começou a mexer no time. O termo é o que mais se aproxima de "jogo bonito", em português.
"Que energia, que time sério. Os franceses querem inventar alguma coisa e os argentinos não deixam", apontava o lendário narrador Victor Hugo Morales, na Rádio Nacional.
Até mesmo uma das vozes mais sóbrias do futebol argentino, o comentarista Enrique Macaya Márquez, se exaltou com a azarada frase de Kylian Mbappé, que considerou o futebol europeu superior ao sul-americano antes desta Copa do Mundo.
"Está muito claro que a Argentina usou esta frase como motivação. E que Mundial brilhante de Messi. Depois de fazer tantas coisas excelentes, teve uma final correta, fazendo o que era necessário e não muito mais. E nem era preciso. A Copa de Messi termina com uma justa paz ao jogador que realmente fazia por merecer este título tão cobiçado."
"Se não sofre, não vale", resumiu o comentarista Gustavo López, com o gol de pênalti de Kylian Mbappé, instantes depois de argumentar que o resultado mais justo seria uma goleada da Argentina.
Quando houve o empate da França, porém, as vozes demonstravam a natural decepção, mas com uma firmeza que indicava esperança pelo título. As cobranças por pênaltis foram seguidas com o nervosismo habitual.
Tanto na TV especializada como na TV Pública, a análise era uma só: "Messi é um patrimônio da humanidade. E joga com a camisa argentina".