CBF esconde virose e lesões e arranha imagem da Seleção

30 jun 2015 - 18h13

Somente depois que o Brasil foi eliminado na Copa América, a comissão técnica resolveu informar que os jogadores sofreram com uma virose durante a semana. A notícia foi uma grande surpresa e até envolveu muitas contradições entre jogadores, o médico Rodrigo Lasmar e o técnico Dunga. Além disso, reflete uma postura que se tornou frequente na Seleção: esconder informações sobre as reais condições físicas dos jogadores.

A primeira vez que isso aconteceu foi quando Danilo machucou o tornozelo no jogo contra Honduras, em São Paulo, no dia 7 de junho. Em nenhum momento a comissão técnica revelou qualquer preocupação com o jogador. Porém, também de forma surpreendente, o lateral foi cortado do grupo do Brasil. O anúncio foi feito apenas no final do jogo contra o México, quando a notícia foi divulgada no site oficial.

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Lasmar correu em Santiago, mesmo com poluição em estado emergencial
Lasmar correu em Santiago, mesmo com poluição em estado emergencial
Foto: Heuler Andrey/ Mowa Press / Divulgação

Depois, prestes a estrear na Copa América, surgiu um novo problema físico na Seleção. Philippe Coutinho chegou lesionado no Chile, mas nada foi divulgado naquele momento. O problema só foi descoberto porque o meia não participou do último treino antes do jogo contra o Peru. Dunga tinha dado entrevista coletiva em que sequer mencionou o problema com o meia do Liverpool, que ficou fora da estreia. Após o jogo, ele até comentou rapidamente que sofreu com um edema na coxa, mas até hoje ninguém sabe sequer em qual coxa foi o problema. Ninguém foi informado de absolutamente nada.

Na última quinta-feira, surgiu então mais um segredo: logo em dia de treino fechado para a imprensa, os jogadores acordaram com virose. Sentiram dor de cabeça, mal-estar, febre e dor no corpo. Até hoje não se sabe quantos jogadores foram afetados. O médico Rodrigo Lasmar disse "de 12 a 15". Dunga cravou que foram 15. Mas o zagueiro e capitão Miranda chegou a dizer que apenas dois atletas não sentiram nada. Já Filipe Luis afirmou que nem sabia da tal virose: "não tive. Estava perfeitamente pronto para o jogo. Não fiquei sabendo. Pode ser, mas eu não sei o que aconteceu", afirmou ao Sportv.

Outra contradição aconteceu entre Dunga e Lasmar. O técnico afirmou que diminuiu demais os treinamentos da semana por isso. Já o médico minimizou: "adequamos uma coisa ou outra, mas nada demais". Ele inclusive acrescentou que os jogadores acordaram melhor no sábado e tinham totais condições de jogo.

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A causa da virose é desconhecida. Mas existe um detalhe que chama atenção: Lasmar afirmou que a poluição excessiva em Santiago pode ter causado essa virose. Mas ele mesmo foi visto saindo para correr pela cidade, sendo que a orientação da prefeitura era para ninguém praticar exercícios físicos ao ar livre. Na prática a Seleção Brasileira parecia não se importar com esse problema. Jogadores como Jefferson e Elias foram perguntados sobre o assunto, mas mostraram que estavam desinformados.

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Pelo menos uma postura dos jogadores foi realmente boa: a maioria fez questão de destacar que a virose não poderia ser apontada como uma desculpa para a eliminação. Miranda até reclamou da divulgação dessa notícia após o jogo: "quando perde, não podemos falar de virose. A gente estava em total condição de jogo".

O problema é que a má imagem já estava construída. Por divulgar a informação apenas depois da derrota, a Seleção foi criticada e ironizada pelos brasileiros. As reações no Twitter deixam isso bem claro e mostram que isso também arranhou a imagem do time, que está cada vez pior no Brasil:

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Terra
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