Antes da Copa América começar, Dunga tinha uma dúvida na Seleção Brasileira: Diego Tardelli ou Roberto Firmino no ataque? Durantes os amistosos, ambos tinham feito muito bem a função de referência na área e também de recuar para participar mais do jogo. Era para ser uma boa "dor de cabeça" para Dunga. Mas na prática se tornou uma enorme enxaqueca durante a Copa América.
Diego Tardelli foi titular no primeiro jogo, contra o Peru. Não fez nada, teve que ser poupado fisicamente e perdeu a vaga. E no jogo seguinte, contra a Colômbia, Firmino perdeu uma incrível chance de gol e mostrou que nenhuma das opções era muito confiável. O novo jogador do Liverpool ainda fez gol contra a Venezuela, mas voltou a ser discreto contra o Paraguai.
As estatísticas mostram como os dois "sumiram" no ataque. Firmino acertou quatro finalizações. Tardelli apenas uma. Ambos deram quantidades razoáveis de passe, mas quase todos foram burocráticos, ou seja, curtos, para o lado e sem criar chances de gol. Outro detalhe discreto, mas importante, é que ambos fizeram mais falta do que sofreram. Isso mostra como eles foram inofensivos atacanda.
Veja mais dados deles na Copa América*:
Roberto Firmino | Diego Tardelli | |
Tempo de jogo | 241 minutos | 124 minutos |
Finalizações | 4 (só uma no gol) | 1 (nenhuma no gol) |
Passes | 122 (75% certos) | 49 (96% certos) |
Disputas aéreas ganhas | 30% | 0% |
Faltas sofridas | 3 | 0 |
Faltas cometidas | 4 (1 cartão amarelo) | 1 (1 cartão amarelo) |
* Os números são da Opta, fornecedora de estatísticas da Copa América
Nova opção
Se Dunga resolver procurar uma nova opção para o ataque do Brasil, tem dois caminhos: manter a estratégia de escalar um jogador que saiba ficar na área e sair dela com qualidade; ou então voltar a escalar centroavantes mais fixos.
Se quiser jogadores com as características de Firmino e Tardelli, Dunga pode testar Robinho na função. Ele foi bem na Copa América jogando de outra forma, mas pode formar uma boa parceria com Neymar na frente, deixando para o craque do Barcelona a função de finalizar e entrar na área com mais frequência.
Outro nome pode ser Hulk, que sempre atuou na Seleção como ponta direita, mas agora tem jogado como centroavante no Zenit. Já houve um problema entre Hulk e Dunga, quando o jogador se ausentou da Seleção alegando lesão, mas acabou jogando pelo clube. É difícil acreditar que o técnico vá esquecer essa mágoa, mas a necessidade talvez faça isso. Porque outras opções, além dessas, são ainda mais questionáveis.
Como centroavante de área, Dunga já convocou Luiz Adriano em outras oportunidades, mas está de saída do Shakhtar Donetsk e pode até ir para o futebol árabe, o que o prejudicaria nessa disputa. Leandro Damião, que se recuperou no Cruzeiro e até entrou na lista de suplentes da Copa América, é outro nome que deve pintar em breve na Seleção. Fred, do Fluminense, apesar da qualidade, está com a imagem muito desgastada na Seleção por causa da Copa do Mundo de 2014. Haja coragem e necessidade para convocá-lo de volta!