Três empresas envolvidas nas investigações do FBI sobre corrupção na Fifa tiveram seus nomes escondidos em um cartaz publicitário localizado no centro de imprensa de La Serena, onde Argentina e Paraguai se enfrentam às 18h30 (de Brasília) deste sábado na Copa América. Organizadoras do torneio continental, a Full Play, a Torneos y Competencias (TyC) e a Traffic foram tampadas com uma faixa branca, que dificulta, mas não impossibilita a leitura dos nomes.
Acima dos nomes tampados, a marca WeMatch foi deixada à mostra. O nome é na verdade uma marca licenciada da empresa Datisa, também mencionada na investigação do FBI. É uma junção das três empresas citadas, criada para fazer a organização da Copa América de 2015. O site oficial apresenta a WeMatch como "a união dos três líderes da América Latina, Full Play, Torneos e Traffic, para levar ao mundo o mais alto nível de espetáculo futebolístico internacional".
O presidente da brasileira Traffic, José Hawilla, já admitiu ser culpado de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Ele concordou em devolver US$ 151 milhões (cerca de R$ 473 milhões) e está impedido de deixar os Estados Unidos, onde tem acordo de delação premiada.
Já os argentinos Alejandro Burzaco, ex-CEO da TyC, e Hugo e Mariano Jinkis, donos da Full Play, passaram a ser procurados pela Interpol após as investigações apontarem o envolvimento de suas empresas no escândalo, que envolvia pagamento de suborno para ter os direitos de transmissão e marketing de competições. Burzaco se entregou na Itália na última terça-feira, enquanto os Jinkis estão na Argentina, onde tentam revogar a ordem de prisão.
Segundo apurou a reportagem, o pedido para tampar os nomes partiu das próprias empresas, pelo fato de as marcas estarem "manchadas" pelo escândalo. Apesar disso, o nome da WeMatch não foi escondido – mesmo que uma simples busca na intenet mostre que ela seja uma união de Full Play, TyC e Traffic.