Se há alguém na seleção paraguaia que conhece bem Neymar, esse alguém é Iván Piris. O ex-lateral direito de Cerro Porteño e São Paulo marcou diretamente o astro brasileiro várias vezes quando o atacante jogava pelo Santos - saindo-se bem em algumas vezes, nem tanto em outras. Quem não se lembra daquele lance em que Neymar driblou Piris cinco vezes seguidas na semifinal do Campeonato Paulista de 2012? Para o defensor, porém, o saldo dos duelos foi positivo.
"Já o enfrentei várias vezes pelo Cerro e pelo São Paulo, todos sabemos a qualidade dele. É muito difícil marcá-lo, porque no momento é um dos melhores jogadores do mundo. Naquela época, em 2011, já estava quase entre os dez melhores. Mas acho que em todos os jogos que fiz contra ele, na maioria fui bem. Não dei espaço, mas também perdi várias jogadas, o que é normal", avaliou o paraguaio, hoje na Udinese, da Itália.
O reencontro obviamente não acontecerá nesta Copa América: Neymar foi suspenso por quatro jogos após a expulsão contra a Colômbia e já até deixou a concentração brasileira no Chile. E na opinião de Piris - que não deve ser titular no jogo contra o Brasil, no próximo sábado, caso o ex-cruzeirense Samudio se recupere de lesão muscular -, a punição dada ao brasileiro pela Conmebol foi correta.
"Creio que (a ausência de Neymar) prejudica bastante o Brasil, porque ele é diferente. O Brasil perde muito do que é sem Neymar. Não quero falar muito do problema que ele teve, porque é algo que pertence a ele. Mas acho que a sanção que ele levou foi justa, pelo que ele fez", disse o lateral, em um momento de sinceridade que raramente tem sido visto sobre o assunto.
Entretanto, apesar da ausência da principal estrela do Brasil, os paraguaios não deixam de esperar uma partida complicada pelas quartas de final. Piris não foi demagogo e admitiu que a Seleção de Dunga perde poder ofensivo sem o camisa 10, mas avaliou que o jogo coletivo do adversário pode melhorar agora que não há como depender do talento individual de Neymar.
"O Brasil chega com menos força na frente, mas tem mais solidez em todo o time", analisou o jogador. "Sempre respeitamos o Brasil, porque sabemos da qualidade dos jogadores, jogam em clubes muito importantes em todo o mundo. Mas somos um time aguerrido, não deixamos o rival jogar muito. Vai depender mais do que nós fazemos do que o que o Brasil fará. Futebol, eles têm, mas só quando há espaço. Podemos fazer uma grande partida".
Brasil e Paraguai fazem o último jogo das quartas de final da Copa América no sábado, a partir das 18h30 (de Brasília), no Estádio Municipal de Concepción.