O técnico Jorge Sampaoli ainda não cravou, mas o provável substituto do zagueiro suspenso Gonzalo Jara para enfrentar o Peru nesta segunda-feira, pela semifinal da Copa América, será Miiko Albornoz. Nascido na Suécia, ele jogou pelo país europeu nas categorias de base e teve por lá o momento mais complicado da carreira, quando foi condenado por estupro após ter feito sexo com uma menina de 14 anos.
Filho de pai chileno e mãe finlandesa, Albornoz nasceu na capital sueca Estocolmo. No fim de 2012, prestes a completar 22 anos, o defensor já era um titular consolidado no Malmö, um dos times mais populares do país. Foi quando sua carreira quase veio abaixo com a acusação de abuso. Ainda que ele e a garota tenham alegado que o sexo foi consensual e não violento, ela estava abaixo da idade mínima permitida por lei.
Albornoz passou três dias preso, foi julgado e condenado, mas conseguiu a liberdade condicional. O Malmö afastou o jogador até que a poeira baixasse. Mas não adiantou: após seu retorno aos gramados, em abril de 2013, ele logo passou a ser chamado de "pedófilo" por torcidas rivais.
Precisou responder no campo para superar esse triste episódio. A temporada de 2013 foi excelente para o jogador canhoto, que pode atuar em qualquer posição da linha defensiva – ele foi campeão sueco atuando principalmente como lateral direito, apesar do pé preferido ser o esquerdo. Presença garantida nas seleções de base da Suécia, ele enfim foi convocado para a equipe principal pelo técnico Erik Hamren no fim do ano.
No entanto, Albornoz recusou o chamado do país de nascimento. O motivo: a chance de disputar a Copa do Mundo de 2014 pelo Chile, onde seu pai nasceu. Jorge Sampaoli precisava de um defensor versátil e de bom porte físico para levar ao Mundial, e encontrou em Miiko sua resposta. Apesar de não ter participado de nenhum jogo no Brasil, ele atrelou definitivamente seu futuro à seleção chilena.
Agora, no país onde nunca viveu, mas que representa há um ano e meio, Albornoz recebe uma nova chance de brilhar. Com o titular Jara fora da Copa América por ter provocado o uruguaio Cavani com uma dedada no traseiro, ele terá a responsabilidade de parar Guerrero, autor de três gols na vitória do Peru sobre a Bolívia nas quartas de final. Se o Chile chegar à decisão em casa, poderá dever muito disso a um sueco.