Ooooooooooos... pina! Esse era o grito que os torcedores da Colômbia soltavam a cada vez que o goleiro batia um tiro de meta no jogo desta sexta-feira, contra a Argentina, pelas quartas de final da Copa América. O camisa 1 foi uma verdadeira muralha para segurar o placar em 0 a 0 durante os 90 minutos, operando milagres para impedir que a pressão rival se transformasse em gol. Mas não foi suficiente para evitar a queda nos pênaltis de um time que, no fim das contas, fez um torneio decepcionante.
A Colômbia se despede da Copa América com um mísero gol marcado em quatro jogos – e foi do zagueiro Murillo, na vitória sobre o Brasil na primeira fase. Uma equipe que fez bonito na Copa do Mundo do ano passado, e que tem nomes ofensivos do potencial de James Rodríguez, Cuadrado, Falcao e Jackson Martínez, passou longe de conseguir uma grande atuação em terras chilenas.
Restou o brilho individual de Ospina, que foi a única razão pela qual os colombianos não saíram goleados do Estádio Sausalito, em Viña del Mar. O goleiro do Arsenal começou a aparecer aos 26min após uma inacreditável defesa dupla: parou um chute à queima-roupa de Agüero com os pés, e se esticou todo para impedir que Messi fizesse no rebote com uma cabeçada.
Ainda na primeira etapa, mais duas grandes intervenções para parar um gol contra de Zapata e uma finalização de Pastore. No fim, mais uma defesa fantástica, que contou com a ajuda da trave para interceptar uma cabeçada potente de Otamendi. O único erro, porém, foi um susto na torcida ao dominar mal um recuo de Zapata, que Tevez quase conseguiu aproveitar.
Com a Colômbia incapaz de trocar passes no meio e apostando basicamente em lançamentos e contra-ataques, a chegada dos pênaltis foram uma ótima notícia para o time de José Pekerman, que foi pressionado pela Argentina durante quase todos os minutos de jogo. E a barulhenta torcida amarela no Sausalito sabia quem poderia ser o herói: "Ospina, Ospina" era o grito antes das penalidades máximas.
Mas depois de tanto brilho no tempo normal, o goleiro não conseguiu fazer praticamente nada nos pênaltis. Foi bem deslocado por Messi na primeira cobrança, depois sofreu chutes indefensáveis de Garay, Banega e Lavezzi. Os que erraram, Biglia e Rojo, bateram para fora, sem participação de Ospina. Por fim, Tevez decretou a classificação argentina à semifinal.
Ironicamente, foi Sergio Romero – quase um espectador da partida até então – quem acabou como herói, defendendo a cobrança de Zúñiga. O melhor em campo pode ter sido Ospina, mas a Colômbia não conseguiu ser o melhor time em quase nenhum jogo de que participou na Copa América. E quando o destaque do seu time é o goleiro, normalmente é sinal de que o rival mereceu passar.