O pênalti que selou a classificação da Argentina à semifinal da Copa América nesta sexta-feira, após um tenso duelo contra a Colômbia em Viña del Mar, foi convertido por um jogador que não estava sequer nos planos para fazer uma cobrança. Carlitos Tevez havia sido o vilão da eliminação na mesma competição há quatro anos, quando a seleção caiu em casa contra o Uruguai, também nas penalidades. E por esse motivo, foi "vetado" para bater.
O técnico Tata Martino admitiu após a partida que tirou deliberadamente Tevez dos batedores iniciais por medo de que o atacante estivesse abalado psicologicamente pelo ocorrido em 2011. Na ocasião, o jogador foi o único a perder um pênalti na disputa contra os uruguaios pelas quartas de final. A Argentina foi eliminada, e Carlitos foi acusado até de errar de propósito, para prejudicar o treinador Sergio Batista.
"Não coloquei (Tevez) entre os cinco (primeiros batedores) porque na última vez em que a Argentina foi eliminada nos pênaltis, foi ele quem errou. Isso mexe muito com a cabeça do jogador. Por isso, tratamos de evitar que ele nem cobrasse um pênalti. Mas demos tantas voltas que acabou chegando nele", disse Martino, entre risos.
De fato, a disputa entre Argentina e Colômbia precisou de 14 pênaltis até que um vencedor fosse definido. Biglia teve a chance na décima cobrança de encerrar o confronto, mas bateu para fora e deu início às batidas extras. Após erros de Zúñiga, Rojo e Murillo, enfim Tevez definiu: uma pancada no meio do gol, sem inventar muito, para espantar o fantasma da eliminação de quatro anos atrás na mesma fase da Copa América.
"Essa classificação é dos meus companheiros. O futebol dá a possibilidade de revanche, mas o que passou, passou. Fizeram uma partida fantástica e estou orgulhoso deles", minimizou Tevez.
Decisivo, Carlitos pode ter saído um pouco mais revigorado da partida, mas ainda está longe de ter uma boa atuação na competição. Reserva de Agüero na formação de Martino, o atacante que acaba de anunciar seu retorno ao Boca Juniors teve pouco brilho nas quatro partidas de que participou. O pênalti que deixou a Argentina um pouco mais perto do sonhado título, porém, pode ser o ponto de virada para o jogador mais popular do elenco na seleção.