Confederações coincide com agitação nas ruas e conviverá com protestos

Torneio começa neste sábado com Brasil x Japão em meio à efervescência por protestos nas principais cidades brasileiras durante a última semana

15 jun 2013 - 08h01
(atualizado às 08h01)
<p>Protestos marcaram a semana em São Paulo; Fifa promete monitorar agitação nas cidades brasileiras</p>
Protestos marcaram a semana em São Paulo; Fifa promete monitorar agitação nas cidades brasileiras
Foto: Bruno Santos / Terra

Em São Paulo, uma semana marcada por protestos contra o aumento na tarifa do transporte público e confrontos entre manifestantes e Polícia Militar. No Rio de Janeiro, a mesma causa levou milhares de pessoas às ruas. Na sexta-feira, Brasília, Porto Alegre e São Paulo registraram passeatas contestando a Copa do Mundo de 2014. Em meio à efervescência nas ruas das cidades brasileiras, terá início neste sábado a Copa das Confederações, torneio-teste para o Mundial que inevitavelmente servirá de vitrine para reivindicações dos mais variados grupos.

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O dia da abertura do torneio será marcado por protestos em pelo menos quatro cidades. Em Brasília, local do jogo inaugural entre Brasil e Japão, a manifestação terá início às 11h na rodoviária do Plano Piloto, localizada poucos metros do Estádio Nacional de Brasília, e contará com participação do Comitê Popular da Copa e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Na sexta, o mesmo grupo fechou a Avenida Eixo Monumental, queimou pneus e chamou a atenção da mídia nacional e internacional presente na capital federal. Quatro pessoas foram presas.

"Manifestações não mancharão a Copa", garante diretor do COL
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Local do segundo jogo da Seleção Brasileira no torneio, diante do México, Fortaleza também já se prepara para protestos. No Facebook, organizações já preparam uma manifestação para a próxima quarta-feira, dia do jogo, na esteira do que ocorreu na última quinta, quando cerca de 5 mil pessoas do movimento “Fortaleza Apavorada” fizeram um apitaço pedindo por segurança sob o lema de "Futebol, não! Eu quero proteção!”.

Criticada pelas exigências que fazem o custo de uma Copa do Mundo ser gigantesco para o País, apesar dos claros benefícios momentâneos levados, a Fifa não deve escapar dos protestos. Diante de um cenário efervescente, a entidade disse que está monitorando a situação, mas que “respeita a liberdade de expressão”. O Governo Federal, por meio do ministro dos Esportes Aldo Rebelo, também garantiu que as manifestações não vão afetar a Copa.

Já é usual em eventos oficiais um forte aparato de segurança por parte da Fifa. Em Brasília, o QG da entidade fica ao lado do Palácio da Alvorada, em um lugar afastado do centro da cidade, e conta com um rigoroso sistema de vigilância por parte da Polícia. A tendência é que, com a onda de manifestações, a entidade reforce ainda mais a atenção com a segurança.

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A preocupação com multiplicação de protestos fez a Justiça de Minas Gerais adotar uma medida cautelar, proibindo greve e manifestações durante a Copa das Confederações. A repressão policial também será mais fiscalizada depois dos confrontos em São Paulo que deixaram muitos feridos.

Seleção na mira

Contando com o maior número de holofotes nesta Copa das Confederações, a Seleção Brasileira será outro grande chamariz para manifestações. Durante a passagem do time de Felipão por Goiânia, por duas vezes sindicatos locais e estudantes protestaram em frente ao hotel onde estava hospedada a Seleção contra o Governo do Estado. Até a viagem para Brasília, que seria realizada de ônibus, teve de ser mudada para o avião por conta da ameaça de bloqueios de manifestantes na estrada para aproveitar a visibilidade da Seleção.

Estudantes protestaram em frente a hotel da Seleção em Goiânia
Foto: Celso Paiva / Terra
Torcedores xingam e pedem saída do presidente da CBF
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Existe na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a preocupação com a situação. Em Goiânia, a entidade trocou um local de treinamento de última hora ao tomar conhecimento da possibilidade de protestos. Apesar de não existir nenhuma medida cautelar, a CBF está em alerta para casos como este e mudará logísticas em caso de necessidade.

Durante toda a Copa das Confederações, a Seleção Brasileira ficará em hotéis com o máximo de privacidade possível. No DF, por exemplo, apenas hóspedes e convidados conseguem chegar ao saguão do Brasília Palace. E isso depois de passar por ndois bloqueios rigorosos. A entidade alega que as regras são adotadas pelo estabelecimento e seguem o padrão Fifa, mas agradece o isolamento oferecido.

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Além das manifestações indiretas que pode presenciar por ser uma grande vitrine, a Seleção ainda conviverá com grupos que pedem a saída do presidente José Maria Marin da CBF. No Rio de Janeiro, por duas vezes, houve protestos contra o dirigente, que é alvo de críticas principalmente por seu passado.

No meio de tudo isso, os jogadores da Seleção tentam manter-se afastados da efervescência nas ruas. Lucas, por exemplo, acredita que a Seleção pode ajudar a acalmar os ânimos. “Que a gente, com o futebol, possa unir o povo e que as coisas se resolvam. Que se resolva o mais rápido possível e tudo volte ao normal”, disse, em referência aos protestos em São Paulo contra o aumento das tarifas no transporte público.

Sem-teto protestam contra Confederações e bloqueiam avenida

Fonte: Terra
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