O Flamengo e o Atlético-MG entram em campo neste domingo (03/11) para o primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2024, com estratégias bem definidas e diferentes enfoques táticos. A partida, marcada para as 16h no Maracanã, colocará à prova as ideias dos técnicos Filipe Luís, do Flamengo, e Gabriel Milito, do Atlético-MG, em uma disputa intensa e cheia de expectativa.
Gabriel Milito, técnico do Atlético-MG, aposta em uma abordagem tática que prioriza a posse de bola, mas com critério, e pressiona alto para recuperar rapidamente a bola. O treinador utiliza variações como o 4-4-2 e o 3-4-3, colocando Hulk e Paulinho em posições avançadas para buscar finalizações precisas e abrir espaço para Gustavo Scarpa e os laterais apoiarem o ataque.
A flexibilidade tática de Milito permite que o Atlético se reorganize conforme o adversário. Uma linha de três zagueiros com apoio de um volante recuado reforça a defesa do Galo, dando consistência ao sistema defensivo e permitindo que a equipe se defenda compacta. Essa linha pode ser essencial para conter a velocidade dos ataques do Flamengo.
Filipe Luís, no comando do Flamengo, segue uma linha de jogo voltada para a alta intensidade, com transições rápidas e pressão constante na saída de bola adversária. Ele aposta em variações do esquema 4-4-2 e utiliza um meio-campo com três peças ofensivas — De la Cruz (Carlos Alcaraz), Arrascaeta e Gerson — que conduzem as transições do time e criam oportunidades para Bruno Henrique, Michael e Gabigol.
A estratégia de Filipe busca anular o meio-campo do Atlético-MG, dominando a posse, sufocando o adversário com uma marcação alta e implementando muita verticalidade com foco em finalizações e gols. O zagueiro Léo Ortiz, com boa capacidade de passe, contribui na criação e construção das jogadas, enquanto o volante Pulgar (Everton Araújo) apoia a defesa e atua como distribuidor de bolas, gerando superioridade no meio.
Para neutralizar o ataque rubro-negro, o Atlético precisa minimizar os espaços de Arrascaeta e Gerson, evitando que ambos consigam chegar na área com facilidade. A compactação da linha de meio-campo atleticana será crucial para limitar as ações ofensivas do Flamengo, especialmente contra as investidas pelos lados.
No ataque, o Galo tentará explorar os contra-ataques, aproveitando a força de Hulk e a finalização de Paulinho, com Scarpa e Arana buscando penetrar pelas laterais. Com jogadores rápidos e posicionamento ofensivo, o Atlético buscará pressionar a defesa do Flamengo, que perdeu jogadores como Pedro e Luiz Araújo, afetando seu poder de fogo e defesa.
O Flamengo, por outro lado, precisará equilibrar seu volume de jogo com a finalização. Filipe Luís deve manter a pressão alta para roubar a bola e avançar com velocidade, enquanto seus atacantes tentam compensar as ausências com mais intensidade e precisão.
As estatísticas revelam que o Atlético-MG chega com forte desempenho ofensivo, tendo Hulk como principal artilheiro no Brasileirão, com 10 gols em 18 jogos, enquanto Gustavo Scarpa lidera em assistências tanto no Brasileiro quanto na Copa do Brasil, com um total de 8 assistências nas competições. O time mineiro demonstra equilíbrio e poder de criação, com jogadores como Paulinho e Guilherme Arana complementando bem as finalizações e dando suporte no ataque.
Além disso, Zaracho e Bernard poderão retornar e participar da final neste domingo, o que trará uma contribuição tática significativa, tanto na criação quanto no ataque, se forem escalados ou entrarem no decorrer da partida.
Essa coesão é essencial para o esquema tático de Milito, que visa dominar a posse de bola e capitalizar rapidamente as oportunidades. Na Libertadores, o Atlético também se destaca, com Paulinho liderando o ranking de gols, um indicativo de como o ataque do Galo pode ser ameaçador em competições de mata-mata.
No Flamengo, a equipe de Filipe Luís ainda enfrenta desafios na finalização, algo que impactou seus resultados recentes, como a eliminação precoce na Libertadores. Pedro lidera como o artilheiro do Brasileirão com 11 gols, mas com sua ausência, a equipe precisa ajustar a eficiência ofensiva para evitar perda de chances.
Além disso, a concentração defensiva tem sido um ponto de atenção, já que erros individuais vêm comprometendo a solidez do time em momentos decisivos. Embora Filipe Luís tenha introduzido um sistema com pressão alta e recuperação rápida, o Flamengo precisa alcançar maior consistência para traduzir seu volume de jogo em resultados sólidos, especialmente em uma final de alto nível como a da Copa do Brasil.
Com dois times que prezam pela posse de bola e transição rápida, o duelo promete ser muito disputado. Tanto o Flamengo quanto o Atlético-MG tentarão impor seus estilos, e a equipe que conseguir dominar o meio de campo e manter a compactação defensiva terá uma vantagem significativa.
A segunda e decisiva partida da final será realizada no dia 10 de novembro, na Arena MRV, em Belo Horizonte, onde o Atlético-MG contará com o apoio de sua torcida para tentar conquistar o título.
