Boicote de capitã, denúncia e demissão de técnica: entenda a crise na seleção da França

Início do ano foi conturbado para rival da Seleção Brasileira Feminina na Copa do Mundo

12 jul 2023 - 05h00
Seleção Feminina da França que irá disputar a Copa do Mundo de 2023
Seleção Feminina da França que irá disputar a Copa do Mundo de 2023
Foto: Reprodução/twitter/equipedefranceF

Adversária do Brasil no Grupo F, a Seleção Francesa chega à Copa do Mundo 2023 após enfrentar uma das maiores crises de sua história. Depois de sediar o mundial de 2019 e ser eliminada nas quartas de final para os Estados Unidos, a equipe francesa não conseguiu alinhar seus objetivos, o que resultou em uma crise pública no início deste ano.  

A bomba estourou quando a capitã e principal jogadora da equipe, Wendie Renard, foi a público e anunciou que não jogaria mais pela equipe. No comunicado, a atleta afirmou que não concordava com o “sistema atual”, comandado pela técnina Corinne Deacon.

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‘‘Amo a França mais que tudo, não sou perfeita, longe disso, mas não posso mais apoiar o sistema atual, que está longe dos requisitos dos mais altos níveis. É um dia triste, mas necessário para preservar minha saúde mental. É com o coração pesado que venho informar minha decisão de deixar a Seleção Francesa’’, explicou.

Os problemas entre Corinne e as atletas aconteciam há tempos. A técnica tinha atitudes que desagradavam o elenco, costumava criticar as jogadoras em público, além de tomar decisões sem embasamento, como tirar a braçadeira de capitã de Renard em 2017, e só devolver quatro anos depois, em 2021. 

Renard chegou a contar em seu livro, publicado em 2019, um episódio em que Corinne disse que ela não possuía nem 40% do preparo necessário para ser uma capitã. 

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Além disso, outras ações somavam ao descontentamento do time, como deixar Katoto fora da Copa do Mundo de 2019, mesmo a atacante sendo artilheira da Liga Francesa. Em 2020 a goleira Sarah Bouhaddi já havia decidido se desligar da Seleção por causa de Diacre.

Demissão 

Ex-técnica da Seleção Feminina Francesa, Corinne Diacre, demitida após boicote das atletas
Foto: Franck Fife/Agence France-Presse — Getty Images

Após o protesto público das atletas e a impopularidade crescente entre os torcedores, a Federação Francesa de Futebol (FFF) montou um comitê para analisar a situação. Em março, a Federação afirmou que o caso gerou “disfunções irreversíveis” e decidiu demitir a técnica. Ela estava no cargo desde 2017 e tinha contrato até os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. 

Em nota, a entidade afirmou: “Foi constatada uma fratura muito importante com jogadoras fundamentais e esclarecida uma lacuna com as exigências do mais alto nível. Parece que as disfunções constatadas, neste contexto, são irreversíveis.”

Além disso, o comunicado também alertou as atletas, afirmando que “o modo usado pelas jogadoras para expressar suas críticas não será aceito no futuro”.

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Novo técnico e retorno de atletas 

França anunicou Renard em março deste ano.
Foto: Reprodução/twitter/@equipedefranceF

Dia 30 de março, a FFF já havia escolhido o novo técnico. Hervé Renard, ex- técnico da Arábia Saudita na Copa do Qatar, foi anunciado no comando da Seleção até os Jogos Olímpicos de 2024.

Conhecido por ser especialista em seleções, esta é a primeira vez que Renard comanda uma equipe feminina. Apesar disso, o técnico chegou decidido e trouxe Wendie e Diani de volta para Seleção e garantiu a braçadeira de capitã à zagueira. Outro nome que chamou atenção é o da atacante Eugénie Le Sommer, que não era convocada pela antiga treinadora desde abril de 2021.

Em coletiva o técnico afirmou que os problemas estão no passado. “Fecho a cortina como se nada tivesse acontecido. Meu trabalho e objetivo é colocar essa equipe no caminho certo”. 

Katoto, que apoiou o boicote no começo, não irá para Copa pois está se recuperando de lesão. Veja a lista:

Fonte: Redação Terra
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