Eleito como um dos vices da CBF na última eleição, a de Rogério Caboclo, em 2018, o coronel Antônio Nunes, 83 anos, não consta da única chapa inscrita para o pleito, que será realizado na quarta-feira (23), na sede da entidade, no Rio. Ele mesmo não fez questão de batalhar por um novo mandato como vice. No entanto, a vida do coronel nos últimos dias foi tensa e preocupou seus parentes..
Na Assembleia Geral de 24 de fevereiro, a CBF afastou Caboclo definitivamente da presidência – acusado de assédio sexual e moral contra funcionários da entidade, o que sempre negou. No mesmo encontro, decidiu-se que Ednaldo Rodrigues, então um dos oito vices, continuaria ocupando o cargo máximo interinamente.
Concomitante à punição a Caboclo, houve um entendimento de que o vice mais idoso deveria assumir a presidência até a nova eleição. Nunes seria esse nome, mas ele estava internado num hospital de São Paulo. O segundo na linha de sucessão, o vice Antônio Aquino, de 75 anos, abriu mão do posto. Como terceiro vice com mais idade, Ednaldo prosseguiu como presidente interino a fim de conduzir o processo eleitoral.
Desde então, porém, Antônio Nunes passou a sofrer o assédio de Gustavo Feijó, também vice em 2018, que quis convencê-lo a ir até a sede da CBF para tentar tomar a presidência. As investidas de Feijó, que faz oposição a Ednaldo, atormentaram a vida do coronel, que se sentiu acuado. Tanto que sua filha Giane escreveu uma mensagem, em nome de sua mãe, dona Rosa, dirigida a Feijó, na qual pede em poucas palavras que evite levar problemas a Nunes, ainda com a saúde debilitada.
No texto, ela explica que “Nunes deixou o presidente Ednaldo à vontade para compor o grupo que vai seguir na gestão maior do futebol brasileiro”, refutando assim a ideia de que houve uma manobra do presidente interino, como apontou Feijó. “Nunes entende que em 60 anos de sua vida dedicados ao futebol, já poderia deixar o caminho aberto a outros dirigentes”, registra o documento, ao qual o Terra teve acesso.