Cuca é apresentado pelo Atlético-MG e comenta episódio de estupro: ‘Demorei a ver meus defeitos’

Treinador falou das atitudes que vem tomando desde que o processo foi anulado

13 jan 2025 - 14h45
(atualizado às 14h54)
Cuca durante coletiva na cidade do Galo nesta segunda-feira, 13. Essa será a quarta vez que o treinador comandará o Atlético-MG.
Cuca durante coletiva na cidade do Galo nesta segunda-feira, 13. Essa será a quarta vez que o treinador comandará o Atlético-MG.
Foto: Reprodução/TV Galo

Cuca foi apresentado como novo técnico do Atlético-MG na manhã desta segunda-feira, 13. No início da coletiva, o treinador voltou a falar sobre a condenação pelo estupro de uma menina de 13 anos na Suíça em 1989. Sem se aprofundar no caso, Cuca destacou as atitudes que vem tomando desde que o processo foi anulado.

Em janeiro de 2024, o Tribunal Regional de Berna-Mittelland, na Suíça, tornou pública a decisão em que anulou o caso contra Cuca. A anulação do processo não significa que Cuca foi inocentado. A decisão do Tribunal – que não entrou no mérito da questão – concordou com o argumento apresentado pela defesa do treinador de que Cuca teria sido julgado à revelia, sem um representante legal.

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"Demorei muito tempo para falar daquele tema, e hoje eu abro falando dele. Eu demorei a ver meus defeitos. Eu tentava falar do Cuca, e a sociedade queria saber da causa, do que eu como homem podia fazer. Tenho trabalhado incessantemente para ser uma pessoa melhor, entender o tema, não só pelo Cuca, pelas minhas filhas, minha mãe, mas pelo respeito que as mulheres merecem”, iniciou o treinador. 

Ainda sobre o caso, Cuca acrescentou: “Estou aliado a isso. Tenho participado de palestras, onde conseguimos reunir meninas e meninos e discutir o tema de peito aberto. Acho que esse tema é muito importante e busco um mundo melhor", completou o técnico.

De volta a Belo Horizonte, essa será a quarta vez que Cuca comandará o Atlético-MG. Nas passagens anteriores, o treinador fez história aos conquistar títulos importantes, como a Libertadores de 2013 e o Brasileiro e a Copa do Brasil de 2021.

O caso do estupro 

Em 1987, Cuca e mais três jogadores do Grêmio, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, foram detidos na Suíça, em uma excursão do time pela Europa, por terem tido relações sexuais com uma garota menor de idade sem o consentimento dela.

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De acordo com a investigação, a vítima foi ao hotel dos jogadores para pedir camisas e autógrafos. Os atletas, no entanto, teriam segurado a jovem no quarto. Ela foi à polícia pouco tempo depois para relatar o crime.

Retornando ao Brasil depois de terem passado 30 dias detidos na prisão, Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados em 1989 a uma pena de 15 meses de prisão, além de uma multa de US$ 8 mil dólares. Já Fernando teve uma pena mais leve: três meses de prisão e multa de U$ 4 mil dólares. Contudo, nenhum dos jogadores cumpriu suas penas, pois estavam no Brasil durante o julgamento e não retornaram para a Suíça.

A vítima

Com o andamento do processo, o Tribunal de Justiça da Suíça tentou localizar a vítima em 2023 e descobriu que a jovem havia falecido em 2002 aos 28 anos, 15 anos depois do crime. O filho, que foi localizado, decidiu não fazer parte do processo, que atualmente foi extinto.

Cuca foi inocentado?

A anulação do processo não significa que Cuca foi inocentado. A justiça da Suíça não avaliou o mérito do caso novamente, pois o treinador foi julgado sem um representante legal, na época indicado pelo Grêmio. O advogado, no entanto, renunciou à defesa dos jogadores um ano antes do julgamento. Com a prescrição do crime e a extinção da sentença, não haverá outro julgamento.

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Fonte: Redação Terra
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