O prestígio de Jorge Jesus na CBF caiu bastante após sua declaração sobre o incidente ocorrido no jogo entre PSG e Istanbul, na terça (8), pela Liga dos Campeões, quando os dois times deixaram o campo, no Parc des Princes, em Paris, após ofensa do quarto árbitro a um integrante da equipe turca. Ao analisar o fato, o atual técnico do Benfica disse que estava "muito na moda isso" (racismo).
Seu comentário preconceituoso repercutiu na Confederação Brasileira de Futebol. “Internamente, vários dirigentes consideraram a fala dele desastrosa. Lamentavelmente, Jorge Jesus acabou passando a imagem de quem está a favor do agressor em situações assim”, contou ao Terra um dos vice-presidentes da CBF, pedindo anonimato.
Em 2019, durante a campanha do Flamengo no segundo semestre e o modo como o time carioca passava por cima de seus adversários, com um futebol ofensivo e dinâmico, Jorge Jesus, então técnico do clube rubro-negro, chegou a ter seu nome cotado na entidade numa eventual saída de Tite.
A Seleção tinha conquistado a Copa América, mas amargava vários tropeços seguidos, com apresentações muito ruins e o trabalho de Tite começava a ser questionado por dirigentes da confederação, que viam em Jorge Jesus uma opção para a equipe.
O próprio treinador português não escondeu que aceitaria com muita alegria um convite para dirigir a Seleção do Brasil.
Aos poucos, porém, Tite recuperou a confiança da cúpula da CBF e se viu mais distante da sombra de Jorge Jesus quando o colega trocou o Flamengo pelo Benfica, já em 2020.