Atual presidente da CBF, Marco Pollo Del Nero compareceu à sede da Fifa, nesta quarta, para uma reunião entre os membros da Conmebol. Em meio à propagação do escândalo de desvio de verba, que culminou na prisão de sete dirigentes, entre eles José Maria Marin, o mandatário admitiu que o envolvimento de seu vice na polêmica de corrupção é péssimo para a imagem da maior entidade do futebol brasileiro, mas esboçou uma defesa do aliado dizendo que os contratos em vigor na entidade foram assinados ainda na era Ricardo Teixeira.
Na saída da reunião, Del Nero foi assediado pelos jornalistas e, economizando nos argumentos, isentou-se de qualquer responsabilidade sobre a assinatura de contratos superfaturados e desvio de verbas. De acordo com o presidente da CBF, tudo precisa ser esclarecido.
"Os contratos foram assinados antes da administração do Marin. Tudo tem que ser analisado, tem que saber a conduta, ainda não tenho a menor ideia. Temos que saber o que se passou primeiro. Isso não é bom para a CBF, é péssimo", falou.
Com apoio declarado à Joseph Blatter, que está no comando da Fifa desde 1998 e concorre à quinta reeleição, Del Nero se esquivou de algumas acusações. Ao ser perguntado sobre o envolvimento nos contratos com a Nike, outro desdobramento da investigação, que pressupõe uma ligação escusa entre a CBF e a principal fornecedora de material esportivo da Seleção, o presidente afirma que "era presidente da Federação Paulista" e "não sabia de nada".
Del Nero assumiu a presidência da CBF em abril deste ano em substituição a Marin, que herdou o cargo após a renúncia de Ricardo Teixeira em 2012 por ser o vice-presidente da entidade mais velho.
Além de José Maria Marin, foram presos em Zurique nesta quarta Jeffrey Webb, presidente da Concacaf e vide da Fifa; Eduardo Li, presidente da Federação da Costa Rica; Julio Rocha, ex-funcionário da Federação da Nicarágua; Costas Takkas, ex-dirigente da Federação das Ilhas Cayman; Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol; e Rafael Esquivel, presidente da Federação Venezuela de Futebol.
Lista dos 14 acusados na investigação de corrupção na Fifa | |||
Alejandro Burzaco | 50 anos | argentino | executivo |
Aaton Davidson | 44 anos | americano | executivo |
Rafael Esquivel | 68 anos | venezuelano | presidente da Federação Venezuelana de Futebol |
Eugenio Figueredo | 83 anos | uruguaio | ex-presidente da Conmebol |
Hugo Jinkis | 70 anos | argentino | executivo |
Mariano Jinkis | 40 anos | argentino | executivo |
Nicolás Leoz | 86 anos | paraguaio | ex-presidente da Conmebol |
Eduardo Li | 56 anos | costarriquenho | presidente da Federação de Futebol da Costa Rica |
José Margulies | 75 anos | brasileiro | executivo |
José Maria Marin | 83 anos | brasileiro | ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol |
Julio Rocha | 64 anos | nicaraguense | presidente da Federação Nicaraguense de Futebol |
Costas Takkas | 58 anos | caimanês | braço-direito do presidente da Conmebol |
Jack Warner | 72 anos | trintino | ex-presidente da Concacaf |
Jeffrey Web | 50 anos | caimanês | vice-presidente do comitê executivo da Fifa |