Numa nova cartada para chegar ao poder na CBF, o ex-vice da entidade, Gustavo Feijó, tentou uma articulação ousada no fim de semana: propôs uma parceria com clubes das Séries A e B para a escolha de um candidato à eleição da confederação, marcada para o dia 23. A iniciativa, no entanto, não teve sucesso. Do grupo da elite, somente o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, identificou-se com a ideia.
O pleito vai ter pelo menos uma candidatura, a de Ednaldo Rodrigues, que tem o apoio formal de mais de 90% dos clubes das duas divisões e de pelo menos 80% das federações estaduais. Feijó, ex-prefeito de Boca da Mata (AL) e que traz no currículo uma recente condenação da justiça eleitoral de Alagoas, que o tornou inelegível por oito anos devido a abuso de poder, quer a todo custo inscrever uma outra chapa para a disputa.
Ele tentou falar com presidentes de clubes no sábado (12) e domingo (13) e alguns deles nem quiseram tomar conhecimento do que se tratava. Argumentava que nem fazia questão de ser o presidente ou tampouco de vir como vice da CBF novamente. Quem gostou, no entanto, da chacoalhada foi Petraglia, visto por vários de seus colegas de clubes coirmãos como intempestivo e desagregador.
Dirigente polêmico, Petraglia esteve envolvido num escândalo de arbitragem em 1997 com o chefe da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol), Ivens Mendes, e acabou recebendo punição máxima do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) – foi eliminado do esporte com dez dos 11 votos dos auditores.
Depois, Petraglia conseguiu liminar que o reconduziu ao posto de dirigente do Athletico. A acusação que pesava contra ele era a de ter negociado R$ 25 mil com Ivens para fabricar o resultado de uma partida, o que nunca foi provado. Tanto Petraglia quanto Ivens, que morreu anos depois, afirmaram que não cometeram nenhum ato ilícito à época.
Mais recentemente, em julho de 2021, de acordo com nota do colunista Lauro Jardim, de O Globo, Petraglia ameaçou agredir o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, durante uma reunião virtual entre dirigentes de clubes para criação de uma liga nacional.
Votam na eleição da CBF as 27 federações, com peso 3 cada, os 20 clubes da Série A (peso 2), e os 20 clubes da Série B (peso 1).