A briga política que atinge a CBF ganhou números milionários com a acusação do presidente afastado, Rogério Caboclo, de que seu antecessor, Marco Polo Del Nero, propôs a entrega de R$ 12 milhões à funcionária que denunciou Caboclo de assédio sexual e moral no mês passado. Isso se daria em troca do silêncio dela.
Ou seja, esse valor teria como finalidade evitar que a funcionária protocolasse a denúncia no Comitê de Ética da CBF, o que foi feito em 4 de junho e provocou o afastamento de Caboclo do cargo em 6 de junho, inicialmente, por 30 dias.
Em nota divulgada à imprensa nesta quinta-feita, Caboclo anexou uma anotação feita à mão, que, segundo ele, seria de Del Nero, na qual pode-se ver o número 12.409 (que seriam 12 milhões e quatrocentos e nove mil reais), correspondentes a 20 anos de salário, com taxa anual de correção de 2,75%.
Del Nero foi banido do futebol pela Fifa em 2018, por envolvimento em escândalos de corrupção. Mas foi ele quem emplacou Caboclo como seu sucessor – os dois eram bastante alinhados e começaram a ter rusgas por causa de contratos comerciais na entidade. Mesmo longe oficialmente do esporte, Del Nero manteve sua influência e hoje é o tutor de praticamente todos os diretores da CBF.
Até às 16h45, Del Nero não havia retornado às ligações da reportagem do Terra para se defender.