Del Nero sofre para tentar se livrar da sombra de Marin

3 jun 2015 - 10h45

Apesar de todo o esforço e de uma estratégia clara de se desassociar de seu antecessor, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, já deixou rastros de que a relação dele com José Maria Marin no comando da entidade foi muito próxima nos últimos três anos. Uma prova material dessa proximidade consta do próprio discurso de posse de Del Nero, em abril deste ano, quando substituiu Marin na presidência da CBF.

Ele elogiou a administração de Marin, da qual era o vice-presidente mais atuante, e fez questão de ressaltar por algumas vezes que a gestão que ora se encerrava também era sua. "Na nossa administração, a CBF deu uma dimensão nacional às competições", disse, pouco depois de começar assim seu discurso. "Quero iniciar falando do presidente José Maria Marin, um companheiro constante, um amigo fraterno, um conselheiro inteligente."

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Del Nero se defende de acusações: "não tinha conhecimento"
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Depois, voltou a indicar que a gestão da CBF de 2012 até 2015, na verdade, era tocada a quatro mãos. "Nossa administração valorizou as Séries C e D. Fizemos investimentos da ordem de 100 milhões de reais ... nestes e em outros campeonatos. "

Já na entrevista concedida na sede da CBF, na semana passada, horas depois de abandonar o Congresso da Fifa, em Zurique, Del Nero tentou se distanciar de Marin. "Minha função era colaborar com o presidente no que ele solicitava. Vice-presidente não manda. Ele cumpre determinação do presidente. Eu procurei ser um bom diretor."

Um dia após a prisão de Marin na Suíça por envolvimento em escândalos de corrupção, Del Nero determinou a retirada do nome do ex-aliado da fachada do prédio da CBF, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Também agiu para que o expediente do site oficial da entidade excluisse a figura do vice.

Foto: AFP
 
Fonte: Silvio Alves Barsetti
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