Um dos pivôs do escândalo que assolou dirigentes da Fifa na última semana, o empresário José Hawilla colabora com o FBI desde 2013 e usou grampos para gravar conversas com o ex-presidente da CBF José Maria Marin, informa nesta quinta-feira o jornal Folha de S. Paulo. O dirigente foi um dos sete presos dois dias antes das eleições da Fifa, em Zurique.
Segundo o jornal, a abordagem ocorreu depois de Hawilla ser gravado por outro envolvido. Um ano depois, ele se declarou réu confesso e se comprometeu a pagar US$ 151 milhões (cerca de R$ 473 milhões).
O empresário é dono da Traffic, maior agência de marketing esportivo da América Latina, que tem os direitos de transmissão, patrocínio e promoção de campeonatos de futebol e jogadores.
Seria de Hawilla a responsabilidade pela gravação da conversa em que Marin sugere que a atual gestão da CBF passe a receber R$ 2 milhões de propina relacionada aos direitos de transmissão da Copa do Brasil.
"Em determinado momento, quando (Hawilla, segundo a Folha) perguntou se era realmente necessário continuar pagando propinas para seu antecessor na presidência da CBF, Marin disse: "Está na hora de vir na nossa direção. Verdade ou não?", disse Marin, segundo a investigação americana.
Além de Hawilla, outro réu confesso virou peça-chave na investigação. Ex-secretário geral da Concacaf, Chuck Blazer revelou ao FBI, entre outras coisas, a ocorrência de propinas no processo de votações para as sedes da Copa de 1998 e 2010.