A maior repercussão relacionada ao duelo entre São Luiz e São José, em Ijuí, poderia ter ficado em torno do empate em 1 a 1, resultado que levou o Rubro a aumentar a sua invencibilidade para 30 partidas jogando em seus domínios e que colaborou para o Zeca assumir temporariamente a liderança do grupo A do Gauchão, mas, infelizmente, não foram estes os fatos que mais chamaram a atenção no confronto válido pela segunda rodada da competição estadual.
Justamente a casa do time do Noroeste do Rio Grande do Sul, o 19 de Outubro, foi o palco para a suposta injúria racial sofrida por Douglas, camisa 9 do Clube do Bairro. Aos 11 minutos do primeiro tempo, o capitão do São José, indignado, relatou ao árbitro Érico Andrade de Carvalho que foi chamado de "macaco" por um torcedor do São Luiz.
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O juiz paralisou o jogo e levou a informação ao quarto árbitro, Nicolas Fernando das Almas Kummer. O duelo ficou parado por aproximadamente um minuto e foi retomado depois da denúncia ter sido realizada. O possível criminoso não pôde ser responsabilizado pois não houve como identificá-lo em meio à torcida mandante.
Posteriormente, ainda no sábado (25), data em que o confronto foi disputado, em entrevista à Zero Hora, o jogador de 30 anos se pronunciou sobre o caso. O atacante do Zequinha falou que foi a primeira vez que sofreu racismo em sua vida e ressaltou que o fato faz parte de uma série de atos racistas que se repetem no interior gaúcho.
— Foram algumas palavras que não deveriam ser faladas no estádio em referência ao racismo. Falei para o árbitro, eles (a equipe de arbitragem) tomaram as providências, mas estava o estádio lotado. Não dá para saber quem foi. Infelizmente isso aconteceu de novo. Normalmente, acontece no interior do Rio Grande do Sul — declarou.
O jogador afirmou que gostaria de ir a fundo e resolver o crime sob o amparo da Justiça, porém, disse que vê imensa dificuldade de conseguir encontrar o suposto criminoso devido às circunstâncias serem desfavoráveis. O centroavante também salientou a importância de não generalizar e de não estender qualquer tipo de prejuízo ao Rubro.
— Na verdade, tem que saber quem é a pessoa. Não adianta punir todo o clube (o São Luiz) por um ignorante que talvez não saiba o que está falando. Ou talvez saiba. Mas eu vou procurar as providências que talvez vão me auxiliar, mas só que não vou conseguir achar a pessoa — acrescentou.
O atacante do time de Porto Alegre voltou a se manifestar neste domingo (26), no entanto, dessa vez, no Instagram. Exercitando resiliência e positividade, Douglas utilizou a sua conta na rede social para divulgar uma mensagem de reflexão e que incentiva a ideia de que o bem deve prevalecer através da teoria e da prática.
— Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar — publicou o jogador.
