O palmeirense vai demorar um pouco para ver o Palmeiras completo em campo na temporada. O técnico Abel Ferreira usou apenas cinco titulares contra a Portuguesa, nesta quarta-feira, por causa da dura maratona de jogos nesta largada do Paulista, e para preservar todos os jogadores, explicou que dividiu o grupo em dois para deixar o time com saúde.
O treinador, de bem com a vida e bastante sorridente na coletiva, elogiou algumas novidades escaladas e fez questão de frisar que não está descansando ninguém, apenas se precavendo em uma "temporada muito longa."
"Descansar, não. Aqui não tem descanso. Descansar foi nas férias. É uma coisa normal da minha forma de trabalhar desde que cheguei aqui no Palmeiras (apostar em jovens no Estadual)", disse, antes de explicar suas escolhas.
"Em função do calendário, congestionado que está", afirmou, exagerando ao dizer que serão jogos a cada dois dias. A equipe visita o Noroeste, no sábado. "Foram poucos dias de treinos e já fizemos um jogo oficial. Meu desafio é preparar uma equipe em condições de ganhar. Fiz uma reunião com a comissão técnica em função dos jogadores que temos e decidimos dividir o grupo em dois. Alguns estavam no banco e ajudaram", disse.
Sempre crítico do calendário de futebol brasileiro, o técnico usou da sutileza e evitar largar o ano na bronca. Mas fez ressalvas. "Será um época muito longa, a maior desde que estou no Brasil e temos de jogar, evoluir jogadores em sua capacidade física. Uns estão melhores, outros piores, Naves e Vanderlan tiveram cãibras. Fabinho, Mauricio, Ríos, fizeram um belíssimo jogo, o próprio Naves até sentir as cãibras, gostei do Thalys na frente, vai ajudar muito e Estevão vocês já conhecem."
"Depois, quando as pessoas do outro lado do Atlântico te ligam a perguntar sobre Vitor Reis... Agora acho que o Guardiola já conhece o Palmeiras. Vocês lembram, no primeiro Mundial, o Guardiola não conhecia muito bem. Agora já conhece. Isso que faz valorizar os jogadores. Isso dá prestígio e valoriza a marca Palmeiras", completou.
Por outro lado, o técnico disse que, da mesma forma que o Palmeiras recebe muito por seus jogadores, também tem de pagar mais. Ele revelou que o clube negociava com um reforço que custaria 18 milhões de euros, mas que fechou por apenas 7 milhões com outra equipe. Abel não citou o nome do jogador. "O Palmeiras vende caro, mas também tem que comprar mais caro. A valorização da marca Palmeiras é assim, não há como fugir disto", concluiu.
Recentemente, Fabrício Bruno deixou o Flamengo rumo ao Cruzeiro, por 7 milhões de euros (R$ 44 milhões) pagos à vista pelo clube mineiro. O Botafogo também negocia um atleta pelo valor citado por Abel Ferreira. O atacante Junior Santos foi procurado pelo Atlético-MG, mas ainda não houve acerto.