Uma das grandes discussões do momento é sobre a paralisação do futebol ou não, devido a mais um agravamento da pandemia no Brasil. O Estado de São Paulo não autorizou a realização de jogos, de forma que a FPF busca um novo local para a disputa do Paulistão.
Em entrevista ao Sportv, o presidente Reinaldo Carneiro Bastos, disse que a federação não nega a ciência e entende o momento vivido pelo país. Entretanto, mantém a opinião de que o futebol é seguro e pode continuar seguindo os protocolos.
"O futebol sabe a situação que vivemos, não somos cegos, negacionistas. Sabemos que é grave e sempre defendemos a ciência. Nós paramos o futebol antes do decreto do governador no ano passado, entendendo que havia risco. Só voltamos depois de um rígido protocolo, com exames médicos, avaliações físicas, depois dos treinos e dos campeonatos. Não podemos negar que a gestão da pandemia não é boa, mas o futebol não tem parcela de culpa. Quem não perdeu um amigo ou familiar? O momento é grave".
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— Federação Paulista de Futebol - FPF (@FPF_Oficial) March 16, 2021
O mandatário questionou muito a decisão do governo em impedir a prática do esporte no estado. Reinaldo afirma que, caso o futebol esteja causando danos, irá interromper o campeonato como já fez em março de 2020.
"Não foi para defender a ciência, mas para atender o Ministério Público Federal. Se o futebol causar danos, somos os primeiros a parar. Mas a ciência e a medicina indicam que o futebol tem feito a parte, por isso não recebemos a decisão do governo com naturalidade. O Doutor Paulo Meneses (do Centro de Contigência de SP) faltou com a verdade dizendo que o protocolo não era aceito. Isso não aconteceu, todos elogiaram o protocolo. Isso nos incomodou", disse.
"O presidente ainda reafirma a procura por outro estado para a realização da competição: "Estamos estudando com cautela jogar em outros estados, após estar ajustados com o governador e prefeitos. Nesse momento é o que estamos fazendo".
A Federação quer que a bola siga rolando e busca os meios necessários para tal. A ideia não é entrar na justiça, mas é um recurso que, apesar de ser o último, não está descartado.
"A Justiça é a última das opções, mas quem não teve problema com inquilino, batida de automóvel ou com patrão e buscou a Justiça? Procurar a Justiça para dizer que caminho seguir faz parte da democracia. Não é o ideal, buscamos o diálogo, procuramos o MP e o governo. Justiça é quando não houver nenhum outro caminho".
Por fim, o presidente descartou totalmente a possibilidade de o campeonato não ser concluído. A agenda será cumprida e o plano é que o campeão erga a taça na data prevista, pois tanto a CBF quanto a Conmebol, não pretendem adiar suas competições.
"Tanto a CBF como a Conmebol foram claras de não ter possibilidade de adiamento dos jogos. A Conmebol ofereceu o paraguaia para jogos internacionais da Sul-Americana e Libertadores. Não há possibilidade de o campeonato não ser terminado. Todos nós temos que cumprir nossos compromissos e contratos. Estou falando de clubes com contratos com profissionais. A gente confunde muito, como só existisse os clubes grandes. A grande realidade do Brasil são os clubes pequenos. Queremos salvar a saúde financeira dos pequenos. Eu defendo os humildes, pequenos, não só de atletas, mas de roupeiros, massagistas, preparadores físicos".