Uma discussão tomou conta das redes sociais de milhares de flamenguistas nos últimos dias: depois de marcar o gol do título da Libertadores, na vitória por 1 a 0 sobre o Athletico-PR, no sábado (29), Gabigol saltou mais alguns degraus na sua trajetória pelo Rubro-Negro. Ele já tinha sido decisivo na final da Libertadores de 2019.
Por conta disso, muita gente, notadamente os mais jovens, passou a considerá-lo como o mais marcante jogador do Flamengo, assumindo o posto de grande ídolo da história do clube. Há uma grande quantidade de torcedores do Fla que discorda dessa tese, sem que isso diminua o mérito de Gabigol e suas conquistas.
Para essa parcela, Zico é incomparável. Quem o viu jogar, sabe que é mais fácil seguir esse argumento. O outrora camisa 10 do Flamengo foi um craque com “C” maiúsculo. Fundamental no título mundial do clube em 1981 e de outros tantos em seus mais de 20 anos de Flamengo.
Com a bola nos pés, Zico encantava. Seus dribles, passes, tabelas, lançamentos, finalizações, cobranças de falta eram diferenciados. Não teve tanta sorte na Seleção brasileira, embora sua geração dos anos 80, ao lado de Falcão, Sócrates, entre outros, tenha despertado o mundo de novo para o futebol-arte.
Na relação com a torcida, Zico era, e é até hoje, exemplo de admiração. Para citar apenas um exemplo, jamais ele foi visto em baladas ou confraternizações após uma derrota do seu time. Preferia nesses casos se manter discreto, em casa, esperando o jogo seguinte. Fazia isso por amor ao Flamengo e respeito aos torcedores.
Entre tantas virtudes e qualidades, Zico não se contentava com o período protocolar dos treinamentos e permanecia em campo após as atividades de agenda para aperfeiçoar fundamentos e suas cobranças de falta e pênalti.
Zico é a continuação de Garrincha e Pelé e ajudou a divulgar o nome do Brasil positivamente mundo afora. Afirmar que assim será, eternamente, não é possível. Mas ele é único. Gabigol trilha um caminho também muito esplendoroso e já tem seu lugar na galeria de grandes benfeitores do Flamengo. Talvez, mesmo, não caiba aqui a discussão de quem é maior. Cada um a seu jeito e tempo possui sua relevância não só na história do Flamengo, como também na história do futebol mundial.