Neymar perde a Champions League, mas marca golaço na mídia

Jogador recupera o status de supercelebridade do futebol e se torna o melhor personagem da final do torneio

24 ago 2020 - 11h16
(atualizado às 15h24)

O pai tá off foi a ironia escrita na tela da TNT após o fim da partida que consagrou o Bayern de Munique sobre o Paris Saint-Germain na disputa pela Liga dos Campeões. Uma referência à expressão o pai tá on usada por Neymar e reproduzida até pelo presidente Jair Bolsonaro. O atacante vencido no gramado não pode reclamar do que aconteceu em outro campo, o da internet. O "menino Ney" praticamente monopolizou a imprensa internacional.

Recorte da primeira página do jornal esportivo francês L'Équipe: inconsolável sim, porém mais em evidência do que nunca
Recorte da primeira página do jornal esportivo francês L'Équipe: inconsolável sim, porém mais em evidência do que nunca
Foto: Reprodução

Seus passos foram acompanhados por câmeras já na chegada ao estádio, em Lisboa. A música que ouvia no celular — Só Love, de Claudinho e Buchecha, lançada em 1998 — virou a trilha do domingo. O moicado crespo (diferente das versões alisadas adotadas anteriormente) virou notícia até no The New York Times, considerado o jornal mais importante do planeta. E o choro da derrota foi, sem dúvida, a imagem mais reproduzida na mídia e comentada nas redes sociais.

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O jogador perdeu a taça, porém recuperou prestígio. "Na Champions, Neymar teve postura profissional. Eu me surpreendi positivamente", analisou o comentarista Vitor Sergio Rodrigues. "Ele cumpriu o que prometeu: falou menos, jogou mais. Uma temporada de volta por cima." Esqueça os memes de cai-cai, as polêmicas da vida privada, as fofocas de vestiários, a superexposição ao lado dos parças. Na fase atual, Neymar voltou a gerar visibilidade mais como jogador do que no papel de pop star do futebol.

A idolatria, a expectativa, a cobrança e a hostilidade em torno do atleta ajudaram a transmissão da TNT em parceria com o Esporte Interativo a alcançar a maior audiência da história da TV paga no Brasil, inaugurada em 1989. O anúncio da façanha foi feito pelo locutor André Henning aos 50 minutos da partida. Neymar Jr., o enfant terrible do PSG e da Seleção Brasileira, jamais decepciona como chamariz e gerador de notícias.

Falem mal, mas falem de mim: Neymar monopoliza a imprensa mundial
Foto: Reprodução

Alguém duvida de que logo surgirá na TV uma campanha estrelada por ele com foco na importância de aprender com a derrota e continuar a busca pela vitória? O mercado publicitário não perde nenhuma oportunidade e Neymar está se reabilitando para voltar a ser o brasileiro com mais inserções comerciais na TV. O pai tá up.

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