O duelo deste domingo, 14, coloca frente a frente Espanha e Inglaterra na busca pelo título da Eurocopa 2024. Enquanto os espanhóis tentam se isolar como país com mais troféus continentais, ingleses tentam sair de uma fila sem títulos de 58 anos, desde seu único Mundial, em 1966.
Mas as histórias escritas pelos países fora dos gramados tornam ainda mais interessante. De disputas de interesse político até sequência de finais em campeonatos internacionais, passando por bastidores musicais opostos durante a Eurocopa. Confira abaixo seis curiosidades que envolvem história, política e futebol dos finalistas da Eurocopa:
Disputa política por Gibraltar
Fora do esporte, Inglaterra e Espanha protagonizam uma disputa política e geográfica sobre o território de Gibraltar há séculos. Cedido pelos espanhóis ao Reino Unido no Tratado de Ultrecht, em 1713, o pequeno país de pouco mais de 30 mil habitantes é constantemente reivindicado pela Espanha por fazer parte da Península Ibérica. A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em 2017 é um dos argumentos usados pedindo o fim do vínculo do território com os ingleses.
Em abril de 2024, uma reunião multipartidária aconteceu para tentar reestabelecer os limites e ações de Gibraltar com a União Europeia. A intensão é melhorar as condições do território no que diz respeito a chegada e saída de mercadorias pelo famoso porto de Gibraltar, a construção de um aeroporto no local e uma aproximação na relação com a Espanha.
Ed Sheeran e funk nos bastidores
Antes e depois de todo jogo é comum o público acompanhar os jogadores escutando música para momentos de concentração e relaxamento. Durante a Eurocopa 2024, as finalistas não fizeram diferente e as músicas têm sido relevantes nas histórias dos atletas das equipes.
Na Inglaterra, o técnico Gareth Southgate chegou a levar o astro da música pop Ed Sheeran para fazer um show particular para o elenco no centro de treinamento em Blankenhain, na Alemanha. A visita aconteceu após a sofrida classificação diante da Eslováquia nas oitavas de final.
O melhor de tudo dessa Eurocopa está sendo assistir os brasileiros Lamine Yamal e Nico Williams jogarem
Simplesmente soltaram as artes de pré-jogo contra a França com funk pic.twitter.com/EvDNCDGAT2
— Dézada Fut ? (@DezadaFut) July 9, 2024
A imprensa inglesa divulgou que a ação tem como objetivo estimular os jogadores para além da pressão futebolística. Torcedor do pequeno Ipswich Town, Sheeran frequentemente aparece em jogos de futebol nos estádios.
Do lado espanhol, a relação está muito mais próxima do Brasil. Jovens jogadores do elenco, Lamine Yamal, do Barcelona, e Nico Williams, do Atletic Bilbao, compartilharam ao longo da Eurocopa alguns vídeos em que surgiram cantando, coreografando passinhos e compartilhando músicas de funk nas redes sociais. O resultado, claro, foi a torcida brasileira abraçar os garotos da seleção espanhola.
Muitos países na mesma final
Como é comum de acompanhar nas seleções europeias, os países sofrem grande influência de migração entre diferentes nações do mundo e quase todo elenco tem nomes que surgiram fora das seleções que defendem nas competições. Entre Espanha e Inglaterra, são quatro atletas que nasceram em outros países, mas atuam pelas duas equipes.
Há três nomes na Espanha: os zagueiros Robin Le Normand e Aymeric Laporte são nascidos na França, enquanto o atacante Joselu é nascido na Alemanha. Pela Inglaterra, o defensor Marc Guéhi é nascido na Costa do Marfim.
Levando em conta todos os jogadores que são descendentes diretos de outras nações nesta final, o número sobe para 17 atletas com influência direta de outra nacionalidade. Só na Inglaterra são 12, como o lateral Kyle Walker, descendente da Jamaica, ou Bukayo Saka, descendente direto da Nigéria.
Na Espanha, os craques Lamine Yamal e Nico Williams também carregam raízes de outras nações. Yamal é filho de pai marroquino e mãe equato-guineense, enquanto Nico tem descendência ganesa.
Disputa por Bellingham
Craque do Real Madrid e da seleção inglesa, o meia Jude Bellingham tem o apoio da torcida do principal clube espanhol durante toda a temporada, mas na final de domingo só o lado inglês poderá aplaudir a atuação do craque da equipe. Bellingham é um dos dois jogadores comandados por Gareth Southgate que não joga na própria liga da Inglaterra. O outro, coincidentemente ou não, também é referência do elenco: Harry Kane, do Bayern de Munique.
Após se transferir para o futebol espanhol, onde conquistou o campeonato nacional e a Liga dos Campeões, com direito a eliminação do rival inglês Manchester City, Bellingham vai enfrentar pela primeira vez os espanhóis. No elenco da seleção da Espanha, encontrará alguns companheiros e ex-companheiros de Real Madrid, como Carvajal, Nacho Fernández e o centroavante Joselu.