O título da Itália na Eurocopa desencadeou uma onda de euforia nas ruas das principais cidades do país, cuja população passou boa parte do último um ano e meio trancada em casa por causa da pandemia do novo coronavírus.
Assim que Donnarumma, melhor jogador do torneio, pegou o pênalti de Saka, torcedores concentrados em praças públicas para assistir à final em telões explodiram em alegria, ignorando as recomendações contra aglomerações e possíveis riscos de contágio.
Contribuíram para a festa azzurra o fato de cerca de 40% da população já estar totalmente vacinada contra a Covid-19 e a drástica redução no número diário de mortes - foram apenas sete neste domingo (11), menor cifra em 10 meses.
Na capital Roma, a maior concentração ocorreu na Piazza del Popolo, acessível apenas mediante reserva e com capacidade para 2,5 mil torcedores. Outros mil se reuniram em êxtase nos Fóruns Imperiais, na parte arqueológica da cidade, que também teve suas ruas tomadas por carreatas.
Já em Napoli, maior metrópole do sul do país, a festa teve fogos de artifício na orla, fazendo lembrar o Réveillon, e o toque da sirene de um navio de cruzeiro ancorado no porto da cidade.
Em muitos locais, como Milão, as prefeituras preferiram não instalar telões na rua para diminuir o risco de aglomeração, mas isso não foi o suficiente para manter os torcedores em casa após o título.
No entanto, muita gente preferiu comemorar cantando de suas sacadas, assim como costumava ocorrer durante o lockdown, que parece ter ficado definitivamente no passado.
A Itália viveu algumas das cenas mais dramáticas da pandemia, especialmente nos primeiros meses, com hospitais em colapso e filas de corpos em cemitérios.
O país teve um rígido lockdown nacional entre março e maio de 2020 e quarentenas regionalizadas a partir do fim do segundo semestre, mas hoje todas as regiões estão no regime mais flexível de regras sanitárias, e o governo já desobrigou o uso de máscaras ao ar livre.