Leicester: a maior surpresa do futebol moderno

Maior "zebra" do futebol moderno, Leicester vive conto de fadas no futebol mundial após conquista do Campeonato Inglês

5 mai 2016 - 17h28
(atualizado às 17h29)
A torcida do Leicester é uma das mais felizes do mundo após a conquista inédita.
A torcida do Leicester é uma das mais felizes do mundo após a conquista inédita.
Foto: Nigel Roddis / EFE

O nome do Leicester, campeão inglês pela primeira vez na história nesta temporada, ficará eternizado por muitos anos, por ser a maior "zebra" do futebol moderno, em que os times estão cada vez mais milionários, afinal há 11 meses lutava contra o rebaixamento na badalada 'Premier League'.

A simpática Leicester, localizada a 160 quilômetros de Londres, se tornou o lugar mais feliz do mundo, após o extraordinário título das Raposas, como o clube é conhecido. A temporada foi inimaginável para os 300 mil habitantes da cidade, que se acostumaram com resultados modestos no futebol.

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Mundo afora, expressões como "um conto de fadas", "a surpresa que conquistou o Campeonato Inglês", "a conquista mais inacreditável dos últimos tempos", são repetidas exaustivamente, para classificar o feito do Leicester, que há sete anos estava na terceira divisão e que há dois anos retornou à elite do país.

Montado para não cair de visão nesta temporada, com o quinto menor orçamento da competição, o Leicester desbancou potências como Manchester City, Chelsea, Manchester United, Arsenal e o Tottenham, que foi muito elogiado pelo futebol de qualidade, para levantar a taça.

Fundado em 1884, o campeão inédito tem histórico curto de conquistas. Na temporada 1928/1929 foi vice-campeão nacional, ficando atrás do Sheffield Wednesday. Além disso, venceu em três oportunidades a Copa da Liga Inglesa, em 1964, 1997 e 2000.

Conquista Reconhecida Mundialmente

É por isso que o feito do Leicester saiu das fronteiras da Inglaterra. O valor do elenco não ultrapassava os 44 milhões de libras (R$ 225,7 milhões) na reta final da temporada. Agora, com a conquista, as cifras serão multiplicadas algumas vezes.

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É o caso, por exemplo, do artilheiro do time, o inglês Jamie Vardy, de 28 anos, que há cinco anos, jogava no modesto Halifax Town, da sétima divisão da Inglaterra. Agora, o goleador é pretendido por alguns dos grandes times do país e outros da Europa. 

O grande alvo, no entanto, é o argelino Riyad Mahrez, que foi eleito o melhor jogador desta edição do Campeonato Inglês, em votação realizada pelo sindicato de jogadores da liga. O meia, que há dois anos, estava na segunda divisão francesa, atuando pelo     

Le Havre, interessaria, entre outros, ao Barcelona.

Outra grande revelação é o volante N'Golo Kanté, que viveu conto de fadas nesta temporada, já que além do destaque no Leicester, estreou pela seleção francesa em março deste ano, em amistoso contra a Rússia, e marcou o gol da vitória por 1 a 0.

Alguns outros atletas, chegaram os 'Foxes' como renegados de grandes clubes, como Kasper Schmeichel - filho do lendário Peter Schmeichel -, que defendeu o Manchester City, o zagueiro Robert Huth, ex-Chelsea, o lateral-direito Danny Simpson, com passagem pelo Manchester United, por exemplo.

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De forma geral, o elenco do Leicester se destacou como nunca sob o comando do veterano técnico italiano Claudio Ranieri, de 64 anos, que comandou Cagliari, Napoli, Fiorentina, Valencia, Atlético de Madrid, Chelsea, Parma, Juventus, Roma, Inter de Milão, Monaco e seleção grega, chegou ao clube no início da temporada, sob muita desconfiança, para substituir Nigel Pearson.

No comando das Raposas, está o magnata tailandês Vichai Srivaddhanaprabha, dono de uma operadora de free shops e considerado um "rei" do ramo, que pagou o equivalente a 50 milhões de euros para adquirir o clube em 2010.

Nas quatro linhas, Ranieri montou um time lutador e, extremamente, letal com a bola nos pés. Curiosamente, o próprio treinador fala em deixar um legado para o futebol, nesta passagem pelo clube azul e branco.

"Este será meu último trabalho. Quero ficar aqui o máximo possível, e nenhuma equipe vai me demover essa ideia", afirmou recentemente o treinador, que tinha como maiores títulos a Copa da Itália, pela Fiorentina, e a Copa do Rei da Espanha, pelo Valencia.

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O veterano receberá 6,4 milhões de euros por vencer o Campeonato Inglês, prêmio maior do que o que embolsarão os atletas. Ao definir bonificações por desempenho com o técnico, os dirigentes do Leicester certamente não pensaram na possibilidade de título, e a "bolada" que teriam que pagar.

  
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