Nesta terça-feira (6), Espanha e França duelam pela semifinal da Eurocopa. As duas seleções chegam em momentos distintos à parte decisiva da competição: a Fúria tem o favoritismo com um grande desempenho, enquanto os Bleus vêm de atuações ruins na fase de grupos e no mata-mata.
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Porém, ambas podem se inspirar em grandes momentos vividos ao longo do século para buscar boas energias nas eliminatórias finais. Os espanhóis, vivendo um momento de mudança de safra, conquistaram o mundo há 14 anos de forma revolucionária; os franceses, há seis, ergueram a taça da Copa da Rússia com boa parte do elenco atual.
🔴🟡🔴 ESPANHA DE 2010
Antes das respostas sobre qual geração é melhor, vamos a uma análise mais superficial das duas históricas conquistas. A Espanha se provou amplamente: em 2008 e 2012, venceu a Eurocopa de forma dominante, e fazia uma Copa das Confederações positiva em 2013, até a derrota para o Brasil na decisão. A prova de que a linhagem seguia a mesma batida é o choque mundial ao cair na fase de grupos do Mundial de 2014.
O grande diferencial da Fúria de 2010 está atrelado ao futebol jogado nas quatro linhas. Os comandados de Vicente del Bosque, embasados em equipes memoráveis de Real Madrid e Barcelona da época, conquistaram a taça com um futebol que se inspirava no tiki-taka de Pep Guardiola.
Mas apesar do resultado positivo, não foi bem isso que se viu em campo. Na estreia, o primeiro susto: derrota para a Suíça por 1 a 0, com gol de Gelson Fernandes. Houve recuperação nos jogos seguintes, superando Honduras e Chile e passando em primeiro por ter um gol a mais no saldo em relação à Roja.
No mata-mata, três vitórias seguidas pelo placar mínimo. Portugal, Paraguai e Alemanha caíram diante de um futebol que não estava em seu auge, mas trazia os resultados. E assim foi na final. Em jogo amarrado e sem gols, Iniesta apareceria restando quatro minutos para o fim da prorrogação, marcando o gol do quarto triunfo mínimo seguido e levando a equipe a conquistar o título.
🔵⚪🔴 FRANÇA DE 2018
Didier Deschamps, campeão em casa vinte anos antes, precisaria de uma receita para curar as cicatrizes de 2006, quando a França caiu nos pênaltis para a Itália na decisão. Não havia invenções grandes no método de jogo. Poucos espaços cedidos, compactação das linhas e apostas altas na individualidade. Cabia a um ascendente Mbappé e a um Griezmann no auge aparecerem com suas genialidades.
Uma fase de grupos sem turbulências trouxe a liderança tranquila. Nos dois primeiros jogos, Austrália e Peru não foram páreos; logo depois, um empate sem gols com a Dinamarca em jogo modorrento apenas garantiu a vaga na primeira colocação.
A fase final, porém, afloraria o melhor que os craques tinham a oferecer. Ao todo, 11 gols em quatro jogos, sem precisar de prorrogações. Um 4 a 3 memorável diante da Argentina abriria os caminhos para vitórias sem doer contra Uruguai e França, e aumentaria a confiança diante da Croácia na final. Além de um gol contra de Mandzukic, os craques apareceram: Griezmann, Pogba e Mbappé brilharam com gols e garantiram o bicampeonato dos Bleus.
🤔 QUEM É MELHOR?
Com base nos fatos, a redação do Lance! chegou a um consenso e decidiu escolher a França de 2018 como superior em comparação à Espanha de 2010. Apesar de os nomes da Fúria serem superiores e a escola de toque de bola ter sempre sido mais envolvente, o desempenho no Mundial não correspondeu às expectativas, enquanto o time de Deschamps, às vezes esquecido em discussões de favoritismo, superou o que se projetava.
A prova de que os comandados de Vicente del Bosque foram aquém estão nos números. Ganhar todas as partidas no mata-mata por 1 a 0 é um atestado de que o jogo encantador e bonito não encaixou. A confusão mental nos leva ao time de 2012, que venceria a Eurocopa dominando seus jogos, inclusive a final. Porém, a Copa da África definitivamente não trouxe o desempenho mais desejado.
A França, por outro lado, fez uma Copa do Mundo extremamente efetiva. Mbappé deu a primeira prova para o mundo de que poderia ser considerado um craque de topo. Griezmann, mesmo menos badalado que o camisa 10, fez uma Copa exímia. N'Golo Kanté cobriu o meio de campo como ninguém, e liberou Pogba para brilhar ofensivamente. Na defesa, Umtiti sacrificou o restante de sua carreira para fazer partidas marcantes no sistema bem montado por Deschamps.