O juiz norte-americano a cargo dos casos de corrupção envolvendo dirigentes do futebol internacional indiciados pelos Estados Unidos determinou que os procuradores retirem o sigilo do acordo fechado pelo ex-membro do comitê executivo da Fifa, Chuck Blazer, com o governo do país.
Os meios de comunicação pediram a divulgação do acordo de confissão na semana passada, após o indiciamento de 14 dirigentes e executivos do futebol e da mídia por corrupção, mas autoridades norte-americanas se opuseram à ação. Entre os indiciados, está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, que está preso na Suíça.
"Como o tribunal conclui que o governo não atendeu à necessidade superior de provar que continuar sem divulgar é necessário para impedir probabilidades substanciais de prejuízo ao interesse do governo, as aplicações para divulgação do acordo estão garantidas", disse o juiz distrital norte-americano Raymond J. Dearie, segundo transcrição do tribunal.
Dearie deu prazo para sua ordem até segunda-feira, dando tempo aos procuradores para divulgarem o acordo ou recorrerem da decisão.
O ex-secretário-geral da Concacaf, órgão responsável pelo futebol nas Américas Central e do Norte e Caribe, se declarou culpado por 10 acusações criminais em Nova York em 2013 como parte de um acordo com procuradores norte-americanos, de acordo com uma transcrição da audiência divulgada na semana passada.
Blazer, de 70 anos, disse a Dearie em 2013 que ele e outras autoridades da Fifa receberam propinas em conexão com as Copas do Mundo de 1998 e 2010, entre outros torneios.