Quem conhece minimamente os bastidores da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) sabe que interesses não muito claros movem a entidade. Tem sido assim nos últimos anos, com escândalos de corrupção que levaram vários de seus dirigentes à cadeia. Dito isso, é bom que o Atlético-MG fique atento à arbitragem de suas duas partidas contra o River Plate pelas quartas de final da Libertadores. A primeira é hoje, em Buenos Aires.
São raras as vezes que as semifinais da competição não contaram pelo menos com um representante da Argentina. E em nenhuma edição essa fase foi composta somente por clubes de um mesmo país. O River Plate é o único da terra de Messi e Maradona entre os oito que ainda lutam pelo título. Há cinco brasileiros na disputa e o “risco” real de que quatro deles passem de fase, o que caracterizaria um torneio à parte, como se fosse uma reta final de Copa do Brasil, por exemplo.
Esse cenário é tudo o que a Conmebol não quer. Há no chaveamento da Libertadores o clássico entre São Paulo e Palmeiras. Nessa terça, no Morumbi, eles empataram por 1 a 1. Daí, logicamente, um avança. O Flamengo deve ser outro time do Brasil nas semifinais – seu adversário, o Olímpia, do Paraguai, é muito inferior, tecnicamente.
No mata-mata entre Fluminense e Barcelona de Guayaquil, há mais equilíbrio, com um leve favoritismo para o Tricolor carioca. Na suposição de que Fla e Flu confirmem suas vagas, já teríamos três brasileiros entre os quatro finalistas.
Pois é aí que mora o perigo para o Atlético-MG. Além de ter pela frente um adversário de ponta, como é o River Plate, pode ter que se fazer de Davi para derrotar Golias, no caso, os interesses não muito claros que movem tradicionalmente a Conmebol.