Marco Polo del Nero deixou a Suíça na última quinta-feira e retornou ao Brasil para lidar com o escândalo revelado pelo FBI envolvendo dirigentes da Fifa e que levou à prisão o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Atual mandatário da entidade que rege o futebol do País, Del Nero era braço direito de seu antecessor, que foi detido por ter supostamente recebido propinas em negociações de direitos de transmissão de campeonatos. Mesmo assim, o cartola afirmou que não sabia de nada em relação às negociações fraudulentas.
"Não sabia, como que vou saber? Não tinha conhecimento, em hipótese alguma", disse Del Nero na sede da CBF nesta sexta. O presidente ainda descartou que seja um dos indivíduos identificados pelo FBI como parceiro de Marin na negociação de propinas. "Eu não sou porque não recebi nada. Nem receberia. Não sei quem é, tem que perguntar para o investigador", afirmou.
Sobre o amigo Marin, que segue preso na Suíça, Del Nero optou por demonstrar solidariedade, mas com alguma distância. O presidente da CBF se disse triste, porém explicou que precisaria assumir as "providências necessárias".
"É triste. A gente presta solidariedade ao ser humano, ao amigo. Mas na função de presidente da CBF, tem que tomar as providências necessárias. Não posso deixar de fazer alguma coisa só por ser amigo. A gente fica chateado, perplexo com o que aconteceu. Mas temos que fazer o necessário", disse.
A sede da CBF homenageava Marin até a última quarta-feira, quando na madrugada foi retirado da fachada o nome do cartola detido. "Com relação ao nome retirado, segue-se a uma determinação da Fifa de banimento. Então a diretoria resolveu tirar o nome dele", explicou Del Nero.
