A cara de espanto de Messi, Neymar, Gabigol e outros titulares do clássico Brasil x Argentina, interrompido nesse domingo aos 5 minutos de jogo, em Itaquera-SP, por interferência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não dizia respeito provavelmente à manobra de quatro jogadores argentinos, que infringiram normas sanitárias depois de chegarem ao Brasil para a disputa da partida. Até porque o trio de craques é especialista em fazer o mesmo.
Messi tem muito mais a ver com a atitude de Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero do que se poderia supor. Além de argentinos, os cinco desfrutam de ótimo entrosamento quando o assunto é a falta de respeito às regras de combate ao mais novo coronavírus.
Enquanto o quarteto falsificou a declaração de viajante, deixando de informar que eles vinham do Reino Unido, o que os obrigaria a uma quarentena, Messi afrontou em maio os protocolos sanitários da Liga Espanhola de Futebol e do governo da Catalunha, ao organizar um churrasco em sua casa, em Barcelona, reunindo vários colegas de time, com suas respectivas famílias.
Agora juntos no PSG, Messi dispõe da cumplicidade de Neymar em situações idênticas. O brasileiro se envolveu em polêmica no último réveillon ao protagonizar uma festa num condomínio de luxo de Mangaratiba, litoral sul do Rio, onde é dono de uma mansão. Reuniu “parças” para quatro dias de baladas, com direito a show ao vivo de música e muitas convidadas. Passou por cima assim de determinação do governo local que proibia eventos do gênero na cidade.
Gabigol foi mais longe ainda e cometeu dupla infração ao ser flagrado em março deste ano num cassino, clandestino, em São Paulo, com aglomeração de mais de 150 pessoas. Na oportunidade, vivenciou o constrangimento de ser detido por policias civis. Em maio, após acordo com o Ministério Público de SP, pagou multa de R$ 110 mil à justiça paulista para se ver livre de processo de crime contra a saúde pública.