MP de Goiás recomenda à CBF torcida única para Atlético-GO e Palmeiras no Brasileirão

Preocupação é por aliança entre torcida Dragões Atleticanos com a Máfia Azul, que foi atacada por integrantes da Mancha Alviverde recentemente

22 nov 2024 - 00h52
(atualizado às 07h32)
Torcidas das duas equipes integram grupos rivais e causam preocupação ao MP-GO, que também aponta não haver segurança para visitantes no acesso ao estádio do Atlético-GO.
Torcidas das duas equipes integram grupos rivais e causam preocupação ao MP-GO, que também aponta não haver segurança para visitantes no acesso ao estádio do Atlético-GO.
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recomendou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determine torcida única na partida entre Atlético-GO e Palmeiras, no sábado, 23, pela 35ª rodada do Brasileirão, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia.

O coordenador do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol do MP-GO, o promotor Sandro Henrique Silva, justifica a recomendação pelo fato de que a torcida organizada Dragões Atleticanos ser aliada da Máfia Azul, do Cruzeiro.

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Os cruzeirenses sofreram uma emboscada por integrantes da Mancha Alviverde, do Palmeiras, no fim de outubro. Além da rivalidade entre as organizadas, o promotor destaca que o estádio Antônio Accioly não tem vias de acesso exclusivo para visitantes.

A CBF ainda não se pronunciou sobre a partida e não respondeu aos questionamentos do Estadão. O Atlético-GO também foi notificado pelo MP-GO. O clube, contudo, mantém as informações sobre vendas de ingressos a palmeirenses.

A recomendação do MP-GO se assemelha ao que já foi analisado pelo Juizado Especial de Defesa do Torcedor do Tribunal de Justiça de São Paulo. A ideia era estender a imposição de torcida única no Estado, em vigor desde 2016 para clássicos paulistas, para 'confrontos problemáticos' do futebol nacional.

Além de Palmeiras x Cruzeiro, seria o caso de Palmeiras x Flamengo. Neste último, em 2023, a palmeirense Gabriela Anelli morreu ao ser atingida por uma garrafa de vidro arremessada por um flamenguista.

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Após emboscada, 6 integrantes da Mancha Alviverde continuam foragidos

O ataque à Máfia Azul aconteceu em 27 de outubro, no km 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP). José Victor Miranda, de 30 anos, morreu e outras 17 pessoas ficaram feridas.

Inicialmente, o caso era investigado pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). Depois, o inquérito foi repassado ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que continua o trabalho de investigação.

Até o momento, apenas Alekssander Ricardo Tancredi foi preso e indiciado por homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa. Outros seis integrantes da Mancha Alviverde são considerados foragidos. Entre eles, estão o presidente da organizada, Jorge Luís Sampaio, e o vice-presidente, Felipe Mattos.

Um homem que havia sido identificado na cena do crime teve o pedido de prisão revogado após sua defesa provar que ele estava a 400km do local. Oficialmente, não foi admitido erro, mas a própria Drade fez o pedido para revogação da prisão de Henrique Moreira Lelis.

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Ele tinha o registro na delegacia por ter participado de uma briga da Mancha Alviverde em 2011. O caso não registrou lesões. Segundo sua defesa, Lelis deixou São Paulo em 2012, para mudar-se ao Rio, onde vive e trabalha desde então.

Além da esfera criminal, a Federação Paulista de Futebol (FPF) vetou por tempo indeterminado a entrada de assessórios e uniformes da Mancha Alviverde em estádios. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, alterou o código de vestimenta da sede social, proibindo trajes da Mancha e de qualquer outra organizada.

A partida de sábado nada vale para o Atlético-GO, já rebaixado para a Série B. Já o Palmeiras continua firme na busca pelo título brasileiro, dois pontos atrás do líder Botafogo.

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