O Ministério Público de Goiás identificou o envolvimento de atletas de oito torneios estaduais no esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol. A lista inclui os estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Sergipe e Bahia.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo. Ainda de acordo com a publicaçã
o, o MP-GO agora tenta identificar os financiadores do esquema, alvo da Operação Penalidade Máxima. O órgãojá recolheu 2 mil páginas de documentos, registros e prints de conversas via WhatsApp.
A investigação ocorre desde outubro de 2022, e ganhou repercussão nacional após o presidente do Vila Nova (GO), Hugo Jorge Bravo, denunciar o aliciamento de jogadores de seus clubes para provocar eventos específicos em jogos do time.
Em abril, agentes envolvidos na Operação Penalidade Máxima II cumpriram três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão, em 16 municípios de seis estados brasileiros. Na época, o MP informou que, conforme as investigações, os criminosos tentavam cooptar jogadores de futebol com ofertas entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
A Operação Penalidade Máxima II está sendo executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Goiás e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). Os Gaecos dos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e o Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, estão dando apoio ao cumprimento das diligências.
Quem são os jogadores já denunciados
A Justiça de Goiás aceitou na terça-feira, 9, a denúncia do Ministério Público contra sete jogadores por manipulação de resultados no futebol brasileiro. São eles:
Eduardo Bauermann (Zagueiro do Santos)
O atleta aceitou receber R$ 50 mil com o fim de alterar o resultado de competição esportiva entre Santos x Avaí e Botafogo x Santos, partidas válidas pela série A do Campeonato Brasileiro de 2022.
Gabriel Tota (meia do Ypiranga-RS)
O jogador prometeu vantagem patrimonial indevida para alterar o resultado da partida Juventude x Fortaleza. Na ocasião, ele teria recebido R$ 60 mil, dos quais R$ 5 mil foram efetivamente pagos antes mesmo da realização do jogo, para pagar o atleta Paulo Miranda. A ideia era que ele recebesse cartão amarelo na partida, como foi providenciado pelo jogador.
Paulo Miranda (Zagueiro, sem clube)
Aceitou vantagem patrimonial indevida para alterar o resultado das partidas do Juventude contra o Fortaleza e Goiás. O atleta teve auxílio do companheiro Gabriel Tota na época. Em ambos os confrontos, Paulo Miranda havia se comprometido a receber um cartão amarelo.
Igor Cariús (Lateral do Sport)
Aceitou vantagem patrimonial indevida para alterar o resultado da partida Ceará x Cuiabá. O acerto foi mediante a um pagamento ainda não identificado, porém é certo dizer que o atleta recebeu R$ 5 mil antes mesmo da realização o confronto. Ele havia se comprometido a receber um cartão amarelo.
Victor Ramos (Zagueiro da Chapecoense)
Aceitou promessa de vantagem patrimonial na partida Guarani x Portuguesa, do Campeonato Paulista de 2023. O jogador teria recebido R$ 100 mil para cometer uma penalidade máxima durante o confronto.
Fernando Neto (Volante do São Bernardo)
Aceitou vantagem patrimonial para alterar o resultado da partida Sport x Operário, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. A vantagem consistia no pagamento de R$ 500 mil, dos quais R$ 40 mil foram pagos antecipadamente, para que o jogador fosse punido com um cartão vermelho.
Matheus Gomes (Goleiro, sem clube)
Prometeu e deu vantagem patrimonial a jogador em busca de alteração de resultado na partida Sport x Operário, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. O goleiro foi indicado como ajudante do esquema envolvendo o pagamento de R$ 500 mil reais para o atleta Fernando Neto, para que este fosse expulso no confronto.
*Com informações de LANCE! e Redação Terra.