O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, e o então técnico das Seleções Brasileiras Sub-20 e Sub-23 (olímpica), Alexandre Gallo, estavam estremecidos por divergências nas últimas convocações para as duas equipes. Rinaldi considerou as recentes listas como pouco ou nada criteriosas, e isso acelerou o afastamento de Gallo da entidade. Ele foi demitido na última sexta-feira, e a entidade tratou o assunto como parte de um processo amplo de reformulação em suas categorias de base.
O processo de "fritura" começou antes mesmo de a Sub-20 obter o quarto lugar no Sul-Americano de fevereiro, no Uruguai. A informação foi confirmada por uma fonte ligada à CBF.
A CBF esperou em vão por pouco mais dois meses o pedido de demissão de Gallo, que ultimamente dirigia as Seleções Sub-20 e Sub-23 e que ficou 27 meses na entidade. A entidade queria que o profissional tomasse a decisão de sair "espontaneamente" para evitar desgaste com o processo de mudança de todas as categorias de base da CBF. Como ele não se manifestou, o prazo limite foi o da sexta-feira.
Após o Sul-Americano, o então presidente da CBF, José Maria Marin, deixou claro qual seria o futuro de Gallo na entidade. “Não gostei do desempenho da Seleção em Montevidéu. Hoje, o futebol é um esporte coletivo. E o que se viu lá foi muito individualismo e nada de coletividade.” O dirigente disse que não poderia tomar nenhuma decisão naquele momento por um único motivo: em abril, estaria passando a presidência da CBF para Marco Polo Del Nero.
Com o novo presidente, a reformulação na base continuou. Ao todo, foram demitidos dez profissionais ligados diretamente a Gallo. Um dos afastados, Caio Zanardi, acabara de conquistar o título do Sul-Americano Sub-17 e trazia no currículo outros resultados expressivos com a equipe. Saiu também em nome da "reformulação".
Gallo chegou à CBF com todo o respaldo de Luiz Felipe Scolari, no início de 2013. Foi técnico das Seleções Sub-15, Sub-17, Sub-20 e Sub-23. Como coordenador das categorias de base, substituiu Ney Franco. Na nota oficial de sua despedida, a CBF nem sequer o agradeceu pelos serviços prestados.