Nas condolências endereçadas à CBF, nas manchetes de sites, revistas e jornais e no noticiário de TV de todo o planeta, nos últimos dias, Pelé foi tratado como rei do futebol, figura única no esporte, ídolo e mito sem igual. Foi assim no Cazaquistão, na Etiópia, na Rússia, só para citar alguns exemplos.
Os países da Europa ocidental também seguiram essa linha. Na América Central e do Norte, o tom foi o mesmo. Em outros países da Ásia e África, idem. Na América do Sul, nem se fala.
Só houve uma exceção: a Argentina. Embora sua morte tenha sido bastante destacada pelo país vizinho, evitou-se por questões locais e óbvias dar o título de melhor do mundo a Pelé. A imprensa argentina o reverenciou como um dos maiores de todos os tempos, convicta, porém, de que o rei teria de dividir o trono com Maradona e Messi ou um dos dois.
O Jornal Olé lamentou a morte “ de um dos maiores da história do futebol mundial”. O Clarin, também de Buenos Aires, chamou Pelé de “a primeira grande estrela do futebol”. Até o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, entrou na onda e se referiu a Pelé como “um dos melhores futebolistas da história”.
Quem fugiu à regra foi o Boca Juniors, que em suas redes sociais, reconheceu o título de rei do tricampeão mundial. O clube é um dos mais populares da Argentina.
Pelé morreu na sexta-feira (30) em São Paulo aos 82 anos. Nesta segunda, seu velório reúne multidões em torno do estádio do Santos, na Vila Belmiro. Ele será sepultado nessa terça (3).