Formado em contabilidade, com pós-graduação em Auditoria Financeira, Ednaldo Rodrigues, 66 anos, passou a ocupar nessa quarta (25) a presidência interina da CBF, substituindo o coronel Antônio Nunes após um consenso entre todos os oito vices. Natural de Vitória da Conquista (BA), ex-presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo chega ao cargo no vácuo da crise que mantém Rogério Caboclo afastado do posto máximo da entidade.
A princípio, permanecerá no comando da CBF pelo menos até a definição do caso Caboclo. Em 2015, Ednaldo foi um grande defensor da participação dos clubes da Série B no processo eleitoral da CBF, o que acabou sendo concretizado.
Ele também luta há anos para que os clubes da Terceira Divisão nacional ganhem o mesmo direito - de votar nas eleições da confederação. Afeito ao diálogo, Ednaldo considera possível uma existência harmoniosa entre federações estaduais, clubes e CBF.
“O futebol brasileiro precisa de ponderação e equilíbrio. Houve um entendimento entre os oito vices (ele é um deles) para que essa mudança fosse efetivada”, declarou Ednaldo.
Ele agora ficará em compasso de espera, aguardando os desdobramentos do imbróglio envolvendo Caboclo, que foi punido pela Comissão de Ética da CBF com suspensão de 15 meses por causa de conduta inapropriada – a denúncia inicial o apontava como autor de assédio sexual e moral contra uma funcionária da confederação, o que foi descaracterizado.
Uma Assembleia Geral da entidade, em que votam as 27 federações estaduais, ainda será marcada, para início de setembro, a fim de definir se Caboclo terá de cumprir essa pena ou se reassumirá logo a presidência. Mas, um fato novo, tende a acelerar o processo. Nessa quarta, as 27 federações assinaram documento pedindo a renúncia de Caboclo.
Se ele acatar essa resolução, Ednaldo teria 30 dias para convocar nova eleição, em que só um dos vices poderia concorrer, para encerrar o mandato de Caboclo, que vai até abril de 2023.
Dono de um estilo discreto e agregador, Ednaldo transita por todos os lados e faz costuras políticas com cautela. “Ele é um articulador nato e não está metido em nenhum esquema sujo”, comentou um dos outros vices da CBF, que pediu anonimato.
Casado há 39 anos com Rita Galvão, Ednaldo é pai de Rafaela, que já lhes deu um neto, João Gabriel. Do primeiro casamento, tem outros três filhos – Roberto, Renata e Rúbia e mais cinco netos: Alessandra, Ana Júlia, Rodrigo, Rafael e Rick.