A polícia de El Salvador prendeu nesta quinta-feira Pedro Hernández, presidente do Alianza, time da primeira divisão do futebol local, e outros dirigentes da equipe, além de funcionários do Estádio Cuscatlán, onde morreram 12 torcedores na noite de sábado passado, durante jogo envolvendo o time da casa. Mais de 100 pessoas ficaram feridas na tragédia.
A Procuradoria de El Salvador confirmou nesta quinta as prisões de Pedro Hernández, de Edwin Abarca Ventura, gerente de segurança do Alianza; Zoila Córdova, gerente financeira do clube; Reynaldo Avelar, gerente geral da EDESSA, empresa proprietária do estádio; e Samuel García Montano, responsável pela segurança do local. O clube foi responsabilizado.
Os detidos vão se apresentar diante da Justiça nos próximos dias e serão processados criminalmente por homicídio culposo, lesão corporal culposa e danos públicos. As acusações se referem à tragédia que aconteceu no início da partida entre Alianza e FAS, na noite de sábado, pelas quartas de final do campeonato nacional.
De acordo com as autoridades e depoimentos de testemunhas, centenas de torcedores se revoltaram na entrada do estádio ao não conseguirem entrar, mesmo alegando ter ingresso em mãos. Eles pressionaram o portão, forçaram o acesso e iniciaram uma correria nas arquibancadas, que culminou em 12 mortes e centenas de feridos.
O Ministério Público garantiu que os organizadores da partida venderam mais ingressos do que deveriam. "Depois de esgotarem os bilhetes disponíveis para o evento esportivo, decidiram vender ilegalmente bilhetes emitidos para jogos anteriores", disse o órgão.
Imagens transmitidas pela televisão local mostraram as consequências da debandada dos torcedores do Alianza. Dezenas de pessoas chegaram ao campo, onde receberam tratamento médico. Os torcedores que conseguiram escapar da confusão permaneceram no local, agitando as camisas, tentando aliviar a situação das vítimas que estavam caídas na grama, sem movimento.
O porta-voz do grupo de resgate Comandos de Salvamento, Carlos Fuentes, disse que foram feitos mais de 500 atendimentos no estádio, que tem capacidade para cerca de 35 mil pessoas. As 100 pessoas em estado mais grave foram transferidas para hospitais nacionais e para o Instituto Salvadorenho de Previdência Social, algumas apresentavam sinais de asfixia e outras "diferentes tipos de trauma".