O técnico Tite pode seguir com tranquilidade seu trabalho até a Copa do Mundo no Catar. Quem garante isso é o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O dirigente foi confirmado no cargo na tarde desta quarta, durante assembleia que, por decisão unânime das 27 federações estaduais de futebol, afastou Rogério Caboclo da entidade por 21 meses.
“Ele faz um ótimo trabalho, assim como toda comissão técnica. Tem 100% de aproveitamento nas eliminatórias. Não faz nenhum sentido dizer que está sob risco de sair”, disse, ao portal Terra.
Na assembleia, as federações confirmaram parecer da Comissão de Ética da entidade, que havia punido Caboclo com uma suspensão de 21 meses. Ele é acusado de assédio sexual e moral contra uma funcionária da confederação. Mas nega que tenha cometido tais atos.
Com a punição, Caboclo fica alijado de concorrer à reeleição – a escolha do novo presidente para o mandato de 2023 a 2027 deve ser em abril de 2022. Até lá, o presidente interino, Ednaldo Rodrigues, deve comandar a CBF.
“O futebol brasileiro precisa de pacificação e tem de combater todo tipo de preconceito. Tem de olhar para a frente”, declarou Ednaldo, ex-presidente da federação baiana de futebol, durante entrevista de 18 minutos, concedida no salão nobre da entidade, para anunciar o resultado da assembleia. Discreto e firme, enfatizou que a CBF, durante o período em que for o presidente, vai primar pela transparência.
Para que Rogério Caboclo revertesse a situação, teria de contar com pelo menos sete votos das federações. Não obteve sucesso. Ele segue assim uma sina que tem marcado os últimos presidentes da CBF, de não conseguir encerrar o mandato.
Em 2012, Ricardo Teixeira renunciou ao cargo. Depois, José Maria Marin foi preso e Marco Polo Del Nero acabou banido pela Fifa. Todos pelo mesmo motivo: corrupção. Recentemente, Del Nero conseguiu que sua pensa mudasse – em vez de banimento, ficará fora do futebol até 2037, quando terá 96 anos. Agora, Rogério Caboclo deixa a presidência por causa das acusações de assédio.