Pouco mais de uma semana após a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa América, a CBF reuniu nesta segunda-feira vários ex-técnicos da Seleção para a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro (CDEFB), órgão criado pela entidade na quinta passada com o objetivo de discutir melhorias para o futebol no País. Carlos Alberto Parreira, Zagallo, Falcão, Sebastião Lazaroni, Carlos Alberto Silva, Candinho e até Ernesto Paulo, que dirigiu a seleção em um unico jogo, em setembro de 1991, estiveram no encontro para tratar de assuntos relacionados apenas a campo e bola.
Ao lado do atual técnico Dunga e do coordenador Gilmar Rinaldi, eles falaram sobre suas experiências no comando da equipe. Não tocaram em nenhum dos pontos da MP do Futebol, que vai ser votada nesta terça na Câmara e que pode representar o inicio de uma grande reestruturação no futebol brasileiro. "Isso não esteve em pauta, não cabe a gente discutir", disse Lazaroni, técnico da seleção em 1989 e 1990. "Dessa parte política não queremos saber", afirmou Candinho.
Vanderlei Luxemburgo, Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes, Emerson Leão e Evaristo de Macedo não estiveram presentes. Outro ausente, Eduardo Antunes Coimbra, que comandou a seleção no segundo semestre de 1984, recusou o convite por estar alinhado com as posições de seu irmão, Zico, pré-candidato à presidência da Fifa. "Se eu fosse, eu ia querer discutir isso tudo, colégio eleitoral ampliado da CBF, das federações, maior participação dos atletas e dos clubes nas entidades, período dos mandatos. Se querem melhorar, tem que passar por isso", declarou Edu, em entrevista por telefone.
Sobre os problemas relacionados diretamente à bola, Zagallo e Parreira reconheceram que o futebol do Brasil sofre com uma safra "diferente". Ou seja, que não é tão boa quanto às ultimas. Eles demonstraram apoio a Dunga e à comissão técnica. "Tem nosso apoio incondicional para continuar. Não devemos nada a outras seleções e vamos nos preparar para chegar à Copa do Mundo de 2018 em condições de ganhá-la", disse Zagallo.
O coordenador Gilmar Rinaldi, explicou que o evento já estava programado antes mesmo do fracasso do Brasil na Copa América. "Vamos aprofundar as discussões para encontrar caminhos", declarou.